É um corre-corre para cá, é um corre-corre para lá. Ninguém mais sabe o que quer, quando quer e o que fazer com o que quer. Ninguém se dá conta do próprio querer em meio a tantas indecisões e tantas diversidades de escolhas. Qual delas devemos privilegiar em primeira mão? E a vida segue seu rumo, de dia, de noite, na madrugada, no dia seguinte, no dia que ainda virá. Os planos são procrastinados para os dias que ainda estão por vir e para as horas que ainda virão, para o último minuto. Enfim, como é que um ser humano dá conta de inúmeras atividades, sendo uma única pessoa, com seu determinado tempo de vida? Seremos ingratos a nossa própria sorte e ao nosso próprio destino quando tentamos mudar nossas vidas, saíndo do natural para um mundo de coisas irreais. Somos irreais quando tentamos nos desdobrar em mais de uma pessoa, conectando-nos a tantos diferentes contextos.
Somos máquinas ou seres de luz espiritual e imortal? Será que não estamos querendo viver o hoje e o amnhã, como se o amanhã não fosse nos pertencer ou estamos adiantando nossa morte de maneira prematura? Depois da chegada do mundo tecnológico, a vida do homem tanto na cidade como no sertão está se modificando, atraíndo cada vez mais usuários adéptos dos lançamentos de aparelhos modernos que tiram de nós a nossa atenção e concentração. Não conseguimos mais lidar com nosso próprio corpo, sem antes imaginarmos sem nenhum desses aparelhos a nossa volta. Nossa vida está sendo totalmente influenciada pelas distrações desses aparelhinhos, pequenos, médios ou grandes que fazemos questão de sermos possuidores e usuários abusivos e incontroláveis.
Quando percebemos que deixamos de priorizar o que é mais importante em nossas vidas para ocupar o espaço das tecnologias, viramos a mesa e ficamos feitos loucos, querendo pôr nossa tensão nervosa a toda prova. É nessa hora, que nosso psicológico se altera e nossa circulação sanguínea também. É na hora H que sentimos que estamos que nem um vulcão, porque não paramos para dar atenção àquilo que deixamos para a última hora. A partir daí, vem-nos as desculpas de que não deu tempo, não tive tempo para nada. O que houve que não deu tempo? Simples explicar. Basta dizermos que não organizamos mais as nossas vidas como antes eram, culpando os maus hábitos de vida. Como controlar a compulsão e a ansiedade frente a uma tempestade de coisas que nos atrai e nos fazem fugir do trivial?
Simples. Precisamos apenas de disciplina e determinação. Os consultórios andam lotados de pessoas a procura de tratamento das doenças que causam o estresse e a ansiedade. De nada adiantará frequentar esses consultórios se o cliente não dispuser de força e determinação para o controle de sua ansiedade. Mas o que provoca tudo isso? Claro que é a compulsão no uso das ferramentas tecnológicas do dia a dia, seja em casa, no trabalho, na parada dos ônibus, dentro dos coletivos e dentro das escolas, até mesmo no banheiro. O homem está possuído pelo desejo involuntário de seguir deliberadamente o fanatismo tecnológico.
É partindo dessa premissa de desafeto ao humano que me permito expôr, aqui, algumas dicas de como combater a ansiedade e ganhar concentração nas atividades do dia a dia.
Primeiro de tudo, devemos trabalhar o nosso corpo, para mantermos o equelíbrio e a concentração. Mas, lembre-se, de nada adiantará esse exercício de equilíbrio se a pessoa não se ajudar. A meditação é um ótimo paliativo. Nada de exageros em receitas caseiras com cházinhos de erva cidreira, pois se o portador da ansiedade também for portador de outras doenças que não estão em destaque, poderá desenvolver muitas outras mais.
Outro método seguro é a Ioga. Tanto a meditação como a Ioga são fortes aliados no combate à falta de concentração. Quando o paciente pratica Ioga e meditação, ele consegue focar a atenção nas atividades. Mas se ele iniciar tanto a meditação quanto a Ioga com excesso de estresse, ele vai perceber que o resultado é lento e terminará desistindo.
DICAS:
- Especifique horários e locais para realizar determinadas atividades. Se o seu quarto tem muitos estímulos (computador, televisão), procure outros lugares da casa para estudar ou ler.
- Quebre rotinas. Se é canhoto, escove os dentes com a mão direita e se for destro, utilize a mão esquerda; vista-se de olhos fechados; faça as atividades cotidianas de maneira diferente. Assim, estará estimulando o cérebro com novidades.
- Se precisa concluir uma tarefa muito importante e não consegue manter o foco, você pode tomar uma medida radical como desligar o aparelho celular ou o tablet.
- Praticar meditação ou Ioga.
- Faça atividades físicas que envolvam coordenação motora e aeróbicas.
- Tente relaxar, a ansiedade compromete a capacidade de concentração.
- Aprender a tocar um instrumento musical;
- A partir do número 225 reduza cinco algarismos sucessivamente até o mínimo número positivo possível, faça-o mentalmente (225,220,215,210,205).
- Pratique atividades que estimulem o pensamento a encontrar soluções (jogos de xadrez, sudoku, jogo dos sete erros ou palavras-cruzadas).
- Desenvolva o hábito de fazer contas de cabeça, isso estimula o cérebro a pensar.
- Mantenha horários de sono regular.
- Observe por alguns instantes um quadro e sem olhar procure resgatar mentalmente tudo o que viu.
- Estudar um novo idioma.
- Tenha alimentação equilibrada. Procure ingerir as vitaminas A,C e E, que combatem os radicais livres.
- Estabeleça metas claras e tente não pular indiscriminadamente entre uma tarefa e outra.
- Alterne afazeres cansativos com tarefas estimulantes. Lembre que seu cérebro também precisa de tempo para descansar.
- Pratique atividades físicas. É importante escolher um esporte de sua preferência, pois você precisa se sentir motivado para dar continuidade ao exercício.