domingo, 29 de maio de 2011

PIADAS DE BEBÊS

 

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NO ÚTERO

Três bebês trigêmeos batem papo no útero, enquando esperam a hora de vir ao mundo. O primeiro fala:
- Quando eu sair daqui, quero ser eletricista e iluminar tudo, porque isso aqui está uma escuridão de dar medo... O segundo bebê completa:
- Ah! Pois eu vou ser encanador pra dar um jeito nesse aguaceiro!
- Pois eu vou ser policial!
- diz o terceiro.
- Por quê?
- estranharam os outros dois bebês.
- Pra prender aquele cara encapuzado e careca que vem aqui toda hora cuspir na gente!

 

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A Mãe Loira

A loira entra na farmácia com um bebê no colo e pergunta para o farmacêutico:
— Moço, eu posso usar a sua balança de bebê?
— Infelizmente a nossa balança para pesar bebês está quebrada — responde ele.
— Mas nós podemos calcular o peso do bebê se pesarmos a mamãe e o bebê juntos na balança de adultos e, em seguida, pesarmos a mamãe sozinha. Depois é só subtrairmos o segundo valor do primeiro!

— Que interessante! — exclama a loira, abismada — Pena que não vai dar certo...
— Por quê? Algum problema?
— É que eu não sou a mãe do bebê! Sou a tia!

Horrivel

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Trigêmeos

Havia uma mulher grávida de trigêmeos na fila do banco. Um assaltante deu três tiros na barriga dela e acertou uma bala em cada bebê. Como só acontece em piadas chatas, os bebês sobreviveram.
Cinco anos depois, veio uma das crianças correndo falar com a mãe:
— Mamãe, mamãe! Eu tava mijando e saiu uma bala de chumbo pelo meu pinto!
Então a mãe explicou o que havia acontecido. De repente, chega a segunda criança, alegando a mesma coisa, e a mãe pacientemente lhe explica a história. Outro dia chega o terceiro:
— Maaaaaaaaaanheeeeeeeê! Você não sabe o que aconteceu!
A mãe tentou adivinhar:
— Você tava mijando e saiu uma bala de chumbo pelo seu pinto, não é?
E o garoto respondeu:
— Não é nada disso! Eu tava batendo uma punheta deitado no sofá e acabei de matar a empregada!

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Um Filho Bastardo Não Basta

— Manuel, preciso fazer-te uma confissão — diz a mulher no leito de morte, com voz trêmula — nosso filho mais velho... Não é teu!
— Ora, pois! Não te preocupes agora com isso, mulher — responde o portuga e, abaixando a cabeça, prossegue — Sabes? O nosso filho Joaquim... Não é teu!
— Mas como, Manoel? — diz a mulher, que não sabe se ri ou se chora — Como que não é meu? Ora seu eu o tive nove meses em meu ventre!
— Mas não te lembras do primeiro dia na maternidade?
— Claro que lembro, como poderia esquecer?
— Pois então, o Joaquinzinho fez cocô e você me mandou trocá-lo e eu... O troquei por outro bebezinho que estava limpinho, limpinho!

 

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Dando Banho no Bebê

O casal tinha tido o seu primeiro nenê e de repente a esposa adoece e pede para o marido dar banho na criança.
— Mas querida... — protestou ele. — Eu não sei fazer isso... Nunca dei banho em uma criança!
— Não se preocupe! Basta encher a banheirinha com água quente, e mergulhar o nenê dentro da banheira. Com uma mão você apóia a cabecinha e com a outra o bumbunzinho dele.
Dez minutos depois ela ouve um berreiro. Levanta-se atordoada, vai arrastando-se até o banheiro e vê o marido segurando o bebê pelas orelhas e mergulhando-o e tirando-o de dentro da água.
— Otávio! O que é isso? O que você está fazendo? — grita ela, nervosa. — Eu não disse para você apoiar o nenê entre os seus braços?
— É... Mas daí eu queimo os cotovelos!

 

 

Semelhança Genética

Os alunos de um colégio visitam a mansão de um importante aristocrata, que resolveu abrir as portas para visitação.
As crianças chegam e o homem começa a falar sobre as maravilhas da casa: os móveis, as estátuas, os quadros...
De repente, o ricaço nota que um dos meninos é a cara dele quando criança e, com uma pulga atrás da orelha, pergunta:
— Vem cá, meu filho. Por acaso a sua mãe, alguma vez, já trabalhou como criada aqui nesta mansão?

— Não, senhor. Agora, o meu avô, sim. Ele trabalhou durante muitos anos aqui, como jardineiro.

Prêmio na Rádio

Numa rádio do interior o locutor anuncia um concurso:
- Olha aí, pessoal! Quem ligar agora e fizer uma frase com uma palavra que não exista no dicionário ganha duas entradas para o cinema.
O telefone toca.
- Alô! Quem é?
- Oi, é o Vanclernildo, do Jardim Tilápia.
- Olá, Vanclernildo! Já conhece a brincadeira? Qual a sua palavra?
- Sim, a minha palavra é vaice!
- Vaice? Como se escreve?
- É assim, ó: V - A - I - C - E!
- Bom, realmente essa palavra não existe. Pode falar então a frase!
- Ok, lá vai... Vaice fuder! - e o ouvinte desliga o telefone.
Constrangido, o locutor tenta avisar os outros ouvintes:
- Que é isso pessoal! Vamos colaborar, tem crianças ouvindo o programa... Vamos pra próxima ligação...
- Oi, eu sou o Joselito! Aqui do Bairro Perobal dos Macacos!
- E então, Joselito. Qual a sua palavra?
- É Eudi!
- Eudi? Como se escreve?
- Assim: E - U - D - I.
- Certo! Essa palavra não está mesmo no dicionário. Pode fazer a frase, Joselito!
- Certo, lá vai... Sou eudi novo e vaice fuder!

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Castigo Injusto

A garotinha chega da escola em prantos.
— Mamãe, mamãe, sniff... Sniff...
— O que foi, minha filha?
— Hoje... Na escola... Me puseram de castigo... Sniff...
— De castigo? Por quê?
— Por uma coisa... Que eu não fiz...
— Mas isso é um absurdo! Vamos lá, vou falar já com a diretora. E pega a mão da menina e arrasta-a para fora da casa. Na rua, vendo a filha um pouco mais calma, pergunta:
— E o que foi que você não fez, minha filha?
— A lição de casa... Buáááá...

bebe anjo, se o quarto for de anjo uma foto dessa grande
 
Mãe mentirosa

O Menino vem correndo e diz à mãe:
- Mãe, você é uma mentirosa!
- Mais por que você diz isso meu filho?
- Você disse que meu irmãozinho era um anjo!! Eu joguei ele pela janela e ele não voou...

Briga de aluno
 
Briga na Rua

Dois garotos estavam brigando na rua. Um senhor que passava por eles se aproxima e os separa.
— Você não tem vergonha? — diz ele se dirigindo ao maior dos dois. - Bater num menino bem menor do que você? Seu covarde!
— O senhor queria o quê? — respondeu o menino. — Que eu ficasse esperando ele crescer?

sábado, 21 de maio de 2011

ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

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ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

CURSO DE MESTRADO (STRICTO SENSU)

CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: TUTORIA EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DE ENSINO DE LÍNGUAS E LITERATURA

DOCENTE: PROF. DENILSON PORTÁCIO

ALUNO (A) : FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA

Turma: 2

AGOSTO-2010

ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

SUMÁRIO:

CAP. 1 LÍNGUA COMO ELEMENTO DA COMUNICAÇÃO

CAP. 2 ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

2.1 ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL

CAP. 3 A AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

3.1 INTERRELAÇÕES ENTRE ASSIMILAÇÃO E ESTUDO FORMAL

DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

BIBLIOGRAFIA

ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

RESUMO

Esse artigo se propõe, em primeira mão, a definir o que é linguagem numa abordagem comunicativa e intercultural. A partir dessa definição, tem-se o esboço sobre o que é língua, sua importância para uso profissional e pessoal num mundo exigente, competitivo e globalizado.

Numa segunda instância, destacam-se os vários tipos de ensino da língua estrangeira, ressaltando os vários matizes pelos quais passam a educação no ensino de línguas e suas especificidades.

Por último, faz-se uma abordagem da aquisição da língua, levando-se em conta os fundamentos teóricos à guisa de autores como Krashen e Schütz e outros.

A título de informação, utilizam-se os PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO como marco teórico de maior valor para refletir sobre a prática de ensino de língua estrangeira, conforme pregam as leis de Diretrizes e Bases da Educação no Ensino Fundamental e Médio, com o propósito de relacionar os assuntos tratados, fundamentados na claridade dos registros que lhes dão firmeza e veracidade absolutas.

No capítulo 1, teve-se a preocupação, em linhas gerais, de discorrer sobre língua como elemento comunicativo, valorizando-se os aspectos mais relevantes na necessidade de aquisição do idioma estrangeiro para o social, pessoal e profissional. Já no capítulo 2, cria-se um espaço relativo ao ensino da língua estrangeira, reforçando a importância dessa prática, tendo como principal mediador: o professor. Por último, no capítulo 3, como não poderia deixar de faltar, trata-se da aquisição da língua estrangeira, numa abordagem de cunho científico à guisa dos autores, mencionados anteriormente.

Espera-se que a partir da leitura desse artigo, busque-se luz e clareza no campo de ensino de línguas, permitindo mudanças metodológicas, para o alcance de resultados positivos, sem negligenciar o que temos de melhor e de mais importante: o aluno. Um ser físico, de mente pensante e de alma boa, inconstante, passivo, sentimental, humano, ávido de conhecimento e que confia plenamente no mestre e nos seus ensinamentos.

Palavras-chave: linguagem – língua – ensino – cultura – comunicação – aquisição - aprendizagem

ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

1. LÍNGUA COMO ELEMENTO DA COMUNICAÇÃO

A linguagem é a principal característica que diferencia o homem dos demais animais. Nós, homens, temos a capacidade de articular significado a signos arbitrários em diversos sistemas de representação, chamados língua. E esse sentido é adquirido mediante o contexto e a interação estabelecida.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais,

A linguagem é o meio pelo qual uma vasta gama de relações são expressas, e é indiscutível o papel que ela desempenha na compreensão mútua, na promoção de relações políticas e comerciais, no desenvolvimento de recursos humanos. (BRASIL, 1998, 38-9)

Dias (2007) complementa:

Se a linguagem é, com efeito, uma atividade altamente complexa e de caráter social, que se desenvolve em contato com outros membros da comunidade e que tem como função prioritária a comunicação com nosso semelhante, então pode ser ela independente do todo, ou seja, do contexto no qual se desenvolvem as ações desses indivíduos, e a compreensão deste desenvolvimento passa, sem dúvida, pelo estudo apurado do contexto em que se produz.

Dessa forma, temos a língua como o veículo de comunicação de maior referência para todo e qualquer povo. Mais que um elemento de comunicação, é um elemento transmissor de cultura. Portanto, podemos defini-la como um veículo de comunicação de um povo, sendo utilizada para transmitir sua cultura, suas tradições e conhecimentos.

De acordo com Schütz (2009), a língua “é também o principal instrumento de desenvolvimento cognitivo do ser humano.” Afinal, esta é usada como meio de expressão, representando a comunicação oral e escrita; para analisar, interpretar e aplicar recursos de linguagem, através de investigação, compreensão e contextualização sócio-cultural.

É ela um mecanismo que envolve o individuo e suas estruturas mentais, emocionais e perceptivas. E estes elementos anteriormente citados são muito importantes quando nos referimos ao processo de aquisição de uma língua, e em especial, a uma língua estrangeira.

Quando tratamos de língua estrangeira, esta assume uma responsabilidade ainda maior, sendo também considerada como um instrumento de compreensão do mundo, de inclusão social e de valorização pessoal.

Dentro dessa perspectiva de conhecimento globalizado, hoje cada vez mais observamos o interesse da comunidade por aprender uma língua estrangeira. Não que esse interesse seja recente, pois ao longo de nossa história percebemos o interesse pelo estudo das línguas, desde as clássicas – grego e latim – às mais recentes: francês, alemão, inglês, italiano, e agora também, o espanhol.

Esse interesse pelas línguas estrangeiras pode ser explicado tanto pela necessidade de exigências estabelecidas pelo mercado de trabalho, dentro da perspectiva da globalização e das economias mundiais que se encontram cada vez mais relacionadas, como a necessidade de desenvolver e ampliar as possibilidades de acesso ao conhecimento científico e tecnológico produzido por esses países, assim como também a necessidade e o desejo de conhecer novas culturas.

Hoje, cada vez mais em nossa sociedade, percebemos a valorização do conhecimento em língua estrangeira. Esta crescente importância que as línguas estrangeiras têm na vida dos indivíduos, em sua grande maioria, se deve a exigência no âmbito profissional, propiciando a ascensão do indivíduo nesta mesma sociedade, sendo também utilizado como meio de integração, a fim de fazê-lo interagir como cidadão. No que se refere à língua inglesa, temos, especificamente, a necessidade voltada ao mercado de trabalho e a possibilidade de conhecer uma nova cultura.

Mas, ensinar uma língua estrangeira, não é tarefa simples. Requer tanto conhecimento teórico quanto o desenvolvimento de diversas habilidades, dentre elas, a adequação do texto/contexto à situação. Essas mudanças acontecem na busca de adaptar-se às exigências e complexidades da sociedade atual.

2.ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

Em se tratando do ensino de línguas, faremos uma breve retrospectiva. Segundo a cronologia, inicialmente priorizou-se o interesse pelas línguas gregas e latinas. Posteriormente, deu-se ênfase às línguas clássicas e, as línguas modernas foram bem aceitas socialmente e consideradas como disciplinas somente após o século XVII. Ainda assim, apenas no século XIX tem-se uma abordagem cientifica das mesmas. Já no século XX, mais especificamente nos anos 70, tem-se uma abordagem nocional/funcional da língua estrangeira. Vejamos o que Celani (2001) nos diz a respeito:

Daí surgiu um dos movimentos mais interessantes no ensino de língua estrangeira, iniciado pelo Conselho da Europa em 1971 e tendo em vista o aluno europeu adulto, principalmente o imigrante. Pode-se dizer que a abordagem instrumental de ensino de línguas para fins específicos teve origem no trabalho desse grupo. Nessa época, também, começa-se a ouvir falar de uma abordagem chamada comunicativa, vagamente definida, mas claramente privilegiando o ensino da língua como meio de comunicação. (LEFFA, 2001, 30)

Não se pode falar em ensino de línguas sem falar na aprendizagem da mesma. Para falar de aprendizagem de língua, deve-se de antemão definir os elementos cognitivos envolvidos no processo. De acordo com o minidicionário da língua portuguesa de Ruth Rocha (1996, 147) , os termos cognatos referentes a cognitivo são: “cognição” sf Aquisição de conhecimento, “cognoscitivo” adj Que adquire conhecimento e “cognoscível” adj 2g Que se pode conhecer. Existe o ser em ação que é o que tem a necessidade de adquirir conhecimento. Partindo desse pressuposto, aprendizagem é, portanto, o processo no qual o indivíduo se apropria de habilidades, atitudes , informações e valores a partir do contato com a realidade, com o meio ambiente e com as pessoas.

Para a orientação do ensino de línguas estrangeiras, temos ainda os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que buscam a valorização completa do idioma, assumindo como função maior a de contribuir para a formação do cidadão. Vejamos:

A partir do momento em que o estudante desenvolve tais competências e habilidades de forma integrada, desenvolve-se também sua consciência intercultural. (...) Dessa forma, um amplo tema gerador pode levar a reflexões de origem bastante variada: lingüística, sociocultural, sócio-econômica, política, discursiva etc. (PCN – Língua Estrangeira, 1998, p. 152)

Portanto, foca-se num ensino voltado à perspectiva interdisciplinar e relacionado aos contextos reais. Devem-se explorar conteúdos específicos da linguagem concomitantemente com o componente cultural e a partir de então refletir sobre o uso da língua a partir de seu contexto significativo e que este aconteça de forma transversal, gerando uma conscientização dos valores sócio-culturais. Assim, através dessa prática intercultural, proporcionamos a sensibilização cultural em prol do aperfeiçoamento lingüístico, sendo também possível eliminar esteriótipos e preconceitos.

Porém o que acontece é que muitas vezes o professor se depara com a apatia dos alunos que não lhe dão um feed back de suas aulas. Cabe então ao professor evoluir e avançar na sua prática, na tentativa de conquistar e reconquistar a confiança e a amizade de seus alunos, tornando-os motivados e interessados nas aulas. Sair um pouco das aulas tradicionais e promover momentos de prazer aos alunos é um processo de ensino-aprendizagem que, integrado ao uso da língua em estudo, constrói vínculos de harmonia entre educandos e educador.

Valendo-se da concepção de Vygostky, e de seu caráter social da língua, da concepção sócio-interacionista e do multiculturalismo, o professor deve aliar as teorias e concepções disciplinares, psicopedagógicas e sócio-políticas, aliando-as às capacidades intelectuais, afetivas e sociais, adequando conteúdos, métodos e formas de interação. Tudo a partir de uma reflexão criteriosa por parte do docente. Para sua prática docente o professor pode e deve utilizar-se de todo e qualquer material, seja ele, autêntico ou não. Podemos citar como exemplo: os manuais didáticos, jornais, revistas, folhetos, mapas, fotos, músicas, jogos, vídeos, textos em geral, sites de internet, material multimídia etc.

O professor também assume o papel de mediador cultural. Observe o que Serrani menciona a respeito:

O perfil do profissional que [...] chamarei de professor de língua como interculturalista corresponde a um docente [...] apto para realizar práticas de mediação sócio-cultural, contemplando o tratamento de conflitos identitários e contradições sociais, na linguagem. (SERRANI, 2005, p. 15)

Porém, como há pouco espaço para o ensino do componente cultural e escassez de efetivos enfoques culturais, há ainda dificuldade para garantir que o componente sócio-cultural tenha um papel significativo nas aulas de língua. Contudo, é necessário estabelecer essas pontes culturais.

2.1 ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL

No que diz respeito ao ensino de línguas no Brasil, podemos dizer que aconteceram mudanças significativas nos últimos anos. Em 1995 surgiu um documento que abordava a necessidade de integrar o ensino de língua estrangeira ao contexto escolar, e de ampliar sua função formativa, concorrendo, assim, para o desenvolvimento global do indivíduo. Isso acontece exatamente no momento em que aprender uma LE deixa de ser monopólio das elites dominantes, passando, de certa forma, a ser acessível a todos os estudantes, fazendo-os, portanto, conhecer uma língua estrangeira moderna. Já em 1998, com a reformulação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) observamos a implantação de uma nova visão à educação. Esta deve privilegiar, entre outros, os temas transversais. Dessa forma, é possível trabalhar língua estrangeira associada à geografia, à história etc. Podemos dizer que tudo, deve-se, em parte, a globalização. Hoje, buscam-se sujeitos portadores de conhecimentos múltiplos, com visão abrangente e curiosidade aguçada.

Quando falamos de educação contemporânea devemos destacar uma educação na busca do exercício da cidadania, onde o indivíduo é capaz de comunicar-se, de compreender, de saber buscar informações, interpretá-las e argumentá-las. É importante destacar também as questões culturais, pois como sujeitos de um mundo centrado na cultura, os indivíduos, ao chegarem à escola, já estiveram expostos à experiências culturais e as assimilaram, gerando assim seu conhecimento de mundo.

Que existe a necessidade de inserir uma língua estrangeira no contexto escolar, essa idéia é unânime. Mas como, para que e para quem fazê-lo? Baseado em que idéias? O que deve ser prioridade? Que metodologia seguir?

Percebemos aqui que ensinar uma língua estrangeira não se trata apenas de conhecer os elementos lexicais que compõem um idioma, mas principalmente de saber utilizá-los adequadamente. E mais, não cabe apenas ao professor o papel de agente. Na verdade, é nesta perspectiva de troca, de ação e interação entre professor-aluno-conteúdo que se dá a construção do conhecimento.

Se fizermos um panorama histórico do Brasil, sua história esta diretamente associada ao ensino das línguas. Iniciou-se com a inserção da Língua Portuguesa aos nativos, índios, e, posteriormente, com o ensino das línguas neo-latinas, como por exemplo, o francês, anos mais tarde substituído pelo inglês, a língua do comércio em expansão.

Ou seja, ensinar uma língua estrangeira hoje requer uma metodologia diferenciada, que esteja focada na motivação, buscando uma formação humanística do aluno. Da parte do aluno exige-se uma atitude de eterno pesquisador, e por parte do professor que este seja reflexivo, e que contextualize sua prática de acordo com os objetivos estabelecidos por ambas as partes. Somente dessa forma o ensino de LE adquire sua verdadeira função social, contribuindo assim para o exercício da cidadania, formando e modificando atitudes na tentativa de construir um mundo melhor.

Mas como fazer tudo isso em um espaço de tempo tão pequeno, uma vez que a língua estrangeira ainda possui espaço reduzido frente a outras disciplinas? Que temas abordar? O que realmente os alunos precisam aprender? Como inserir conhecimentos variados durante as aulas?

Uma vez que trabalhamos numa perspectiva sócio-interacionista é necessário, portanto, abordar aspectos culturais, aspectos lexicais, variantes lingüísticas, e acima de tudo, que estes conteúdos tenham significado real para os estudantes. Os alunos, por sua vez, devem estar motivados, interessados e dispostos a conhecer e compartilhar os novos conhecimentos. Assim, teremos uma atuação e participação efetiva do grupo.

Falamos aqui em metodologia diferenciada e motivação. Cabe ao professor usar metodologias diversas de acordo com o nível, faixa etária e objetivos de seus alunos. Assim como também, criar mecanismos para que estes se sintam motivados. Motivar o aluno, se é que podemos assim dizer, uma vez que este é um mecanismo próprio de cada indivíduo, é dar a ele condições de deixar fluir de dentro para fora seus propósitos, necessidades e interesses que o conduzem à ação no idioma de chegada, dependendo de estímulos externos e das condições biopsicológicas desse aluno. Esta pode variar de pessoa para pessoa em situações internas e/ou externas diferentes. E sabemos o quão importante é o entusiasmo do aprendiz para seu processo de aprendizagem. Por isso podemos dizer que um professor bem preparado deve motivar-se e sempre manter motivados os seus alunos.

Mais uma vez recai sobre o professor o papel de agir para que se tenha bom rendimento com relação ao aprendizado. E mais uma vez menciona-se a questão da reflexão da pratica do professor exercitada pelo próprio profissional. Este deve agregar as competências adquiridas separadamente, atuando como agente social, favorecendo o enfoque intercultural a fim de integrar estes formando o todo de forma a dar frutos promissores dentro da perspectiva de aprendizado. Afinal, esta é uma das características primordiais da língua: a de exercer a função de veículo fundamental na comunicação entre os homens, sendo uma das formas pela qual este tem acesso ao conhecimento, construindo para si e para a coletividade uma formação mais abrangente e sólida.

Hoje há uma grande preocupação com estes aspectos uma vez que o ensino da língua estrangeira está voltado para a vivência real e para o enfrentamento dessa diversidade existente entre povos que possuem o mesmo idioma. A partir daí, o professor possui uma diversidade de temas geradores que podem e devem ser abordados nas aulas de língua como LE, desde que estes também coincidam com os objetivos de conteúdos pré-estabelecidos

Vimos que a língua, ainda que um sistema estabelecido a partir de convenções e simbologias possui papel muito significativo em toda e qualquer sociedade, tornando-se seu principal instrumento de comunicação social. Ela está sempre carregada de sentido, de ações, de emoções, de significados. Para Bakhtin (1981), “as palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos e servem

3. A AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

A aquisição da linguagem é especifica da espécie humana. A aprendizagem de uma Língua Estrangeira está atrelada a dois conceitos básicos. O primeiro chama-se Language Acquisition, ou seja, assimilação. Sua função é desenvolver a interação lingüística como indivíduo sócio-cultural independente do nível de conhecimento da estruturação da língua. A pessoa se familiariza, participa do convívio absorvendo conhecimentos práticos por meio de habilidades oral e indutiva, ou seja, a função da língua é o uso real na comunicação em conteúdos de vivencia do cotidiano, com ênfase na memorização, pois dessa forma as ocorrências de fala são mantidas e internalizadas na memória daquele que aprende. Este conceito está diretamente relacionado a um plano pessoal-psicológico.

De acordo com Schütz (2007), a language acquisition “refere-se ao processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto de interação em situações reais de convívio humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo.” O termo Language Learning refere-se ao estudo dos elementos gramaticais da língua e das regras que normatizam as estruturas lingüísticas. O aluno acompanha as explicações, vê todos os tópicos, vocabulário, frases elaboradas, mas não assimila para pôr em prática o que supostamente foi aprendido.

A ênfase, neste momento, está no cumprimento da grade curricular (plano de curso da escola). O aluno pode ate conhecer a estrutura da língua, mas não tem a habilidade de comunicar-se por meio dela. Este conceito de aprendizagem está diretamente relacionado a um plano técnico-didático, delimitado pelos conteúdos. Nota-se a passividade do aluno, como mero receptador do conhecimento que lhe é passado. Segundo Schütz (2007), o language learning

está ligado à abordagem tradicional do ensino de línguas, assim como é ainda hoje geralmente praticada nas escolas de ensino médio. A atenção volta-se à língua na sua forma escrita e o objetivo é o entendimento pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através do esforço intelectual e de sua capacidade dedutivo-lógica. A forma tem importância igual ou maior do que a comunicação. [...] Ensina-se a teoria na ausência da pratica. [...] É um processo progressivo e cumulativo, normalmente atrelado a um plano didático predeterminado, que inclui memorização de vocabulário e tem por objetivo proporcionar conhecimento metalingüístico.

Stephen Krashen distingue esses dois conceitos de aprendizagem segundo seu pensamento hipotético. Vejamos:

learning/acquisition, estabelece uma distinção clara entre learning (estudo formal - receber e acumular informações e transformá-las em conhecimento por meio de esforço intelectual e de capacidade de raciocínio lógico) e acquisition (desenvolver habilidades funcionais através de assimilação natural, intuitiva, inconsciente, nas situações reais e concretas de ambientes de interação humana) e sustenta a predominância de acquisition sobre learning no desenvolvimento de proficiência em línguas.

Compreende-se, portanto, que a criança tem mais facilidade de aprender mais rapidamente e assimilar o aprendizado de uma língua estrangeira do que um adulto. Para tanto, parte-se do principio de que a criança não é provida da capacidade de formalizar e estruturar a língua, mas inconscientemente ela desenvolve a capacidade de interação lingüística por meio da linguagem que ela própria já se apropriou em sua mundivivência com as demais pessoas que a cercam.

Além disso, cabe salientar que o adulto passou por grande percurso do seu desenvolvimento cognitivo, apropriando-se de uma bagagem maior de conhecimento acumulado, sabe lidar facilmente com conceitos abstratos e hipóteses. Em contrapartida, a cognição da criança ainda, em fase de construção, necessita de experiências concretas e de percepção direta. Isto explica o grau de capacidade do adulto em compreender as estruturas gramaticais da língua estrangeira e compará-las às de sua própria língua materna.

Talvez por isso a preocupação de oferecer obrigatoriedade ao ensino de LE a alunos a partir do Ensino Fundamental II. Veja o que os PCNs mencionam a respeito:

Os primeiros contatos com a aprendizagem de inglês de maneira formal, sistematizada, ocorrem para a maioria dos nossos alunos, no inicio do terceiro ciclo, período em que de modo geral, enfrentam conflitos, representados por transformações significativas relacionadas ao corpo, à sexualidade, ao desenvolvimento cognitivo, à emoção, à afetividade, além dos relacionados aos aspectos socioculturais. Torna-se bastante difícil traçar um perfil do aluno que chega ao terceiro ciclo, tanto em relação aos aspectos afetivo-emocionais que marcaram esse período quanto em relação aos diferentes conhecimentos de língua materna que possuem e os diferentes níveis de familiaridade que apresentam em relação à língua estrangeira. (BRASIL, 1998, 53)

3.1. INTERRELAÇÕES ENTRE ASSIMILAÇÃO E ESTUDO FORMAL DA LÍNGUA ESTRANGEIRA

As línguas representam sistemas comunicativos que por sua vez apresentam graus de irregularidades e dificuldades no processo de aprendizagem. Às vezes o IMPUT não ocorre por infinitos motivos. Um deles é a predominância de outras línguas a que nós chamamos de bilingüismo. A esse respeito, cabem aqui as seguintes afirmações. Segundo Mackey (1970:569), interferência é o uso de traços pertencentes a uma língua enquanto falando ou escrevendo uma outra, podendo ocorrer nos níveis fonológico gramatical ou cultural. Já segundo Grojean (1982:299), estudando as características da fala de bilíngües, define interferência como influência involuntária de uma língua na outra, de modo a distingui-la de outras características freqüentemente presentes na fala de bilíngües.

Diante da complexidade arbitrária dos fenômenos que envolvem o aprendizado de língua estrangeira, faz-se necessário familiarizar-se com o idioma, desenvolver o controle intuitivo na sua forma oral até atingir a total assimilação. Esta é uma das teorias proposta por Krashen (1987). Para ele, havendo regularidade na língua, se pode estabelecer regras que possam ser úteis para o aprendiz produzir e monitorar sua linguagem. Por outro lado, quanto menor a regularidade, tanto menor o número de regras e a utilidade das mesmas. Os graus mais acentuados são os de sinalização fonética e o da acentuação tônica das línguas. Muitas vezes estes graus de irregularidade implicam numa ineficiência na aprendizagem da língua. Neste caso, o monitoramento só será eficaz se o aluno-aprendiz estiver desenvolvendo, em paralelo, sua familiaridade e sua habilidade com a língua em ambientes próprios.

Na verdade, o que se põe em evidência é que à medida que a língua apresenta mais regularidade, a tendência é aumentar os níveis de assimilação. Por isso é que muitos alunos questionam o aprendizado entre as duas línguas: inglesa e espanhola. Esta última está mais próxima de realização comunicativa por sua semelhança com a língua materna, no caso, para os brasileiros, a língua portuguesa. Nesse contexto, dir-se-á que o espanhol é para os que falam o português, um idioma que mantém regularidade na sua estruturação e vocabulário.

Portanto, aprender uma língua estrangeira cheia de irregularidades exige uma boa performance do falante no sentido de monitoramento. Segundo a hipótese monitor de Krashen, monitoramentos são esforços espontâneos e criativos de comunicação decorrentes de nossa capacidade natural de assimilar línguas quando em contato com elas, são policiados e disciplinados pelo conhecimento consciente das regras gramaticais da língua e suas exceções. A eficácia do monitoramento da fala é proporcional ao grau de regularidade encontrado na língua. Existem dois aspectos que implicam no monitoramento: a introversão x extroversão.

No primeiro tipo, considera-se a personalidade do falante – aprendiz. Muitas vezes o aprendiz se introverte pela insegurança ou falta de confiança na aprendizagem de línguas e termina cometendo erros ou se desmotiva em seguir o caminho já iniciado, o contrário, quando ele se extroverte, ou seja, fala enfrentando os riscos de fala, este não se policia diante das regras da língua e termina cometendo mais erros do que até o que se introverte e se preocupa com a forma da língua. Conclui-se que, aqueles que se introvertem pouco se beneficiarão de um conhecimento da estrutura da língua e de suas irregularidades.

Pelo contrário, no caso de língua com alto grau de irregularidade como o inglês, por exemplo, poderão desenvolver um bloqueio que compromete a espontaneidade devido à consciência da alta probabilidade de cometerem erros. Por outro lado, pessoas que tendem à extroversão, a falar muito de forma espontânea e impensada, também pouco se beneficiarão do learning, uma vez que a função de monitoramento é quase inoperante. Os que se beneficiarão do learning são as pessoas mais normais e equilibradas, que sabem aplicar a função de monitoramento de forma moderada.

Numa situação real de comunicação, o monitoramento só funcionará se ocorrer em três condições simultâneas a saber: Preocupação com a forma, com a existência e o conhecimento das regras e com tempo suficiente. No primeiro caso, a pessoa não deve dar atenção apenas na parte comunicativa, na mensagem ou conteúdo, mas principalmente, na forma, ou seja, na estrutura da língua. No segundo caso, a pessoa deve ter conhecimento das regras e exceções que pousam no estudo da língua, pois a língua é apoiada na gramática e nestas regras. Já no último caso, a pessoa deve ter esse tempo para avaliar as alternativas com base nestas regras, fazer distinção entre uma regra e outra e conhecer as exceções. As pessoas que tendem a se beneficiar, no aprendizado de línguas, são aquelas que têm a personalidade no ponto intermediário entre a introversão e a extroversão e que conseguem aplicar as funções de monitoramento de forma moderada, simultânea e eficaz.

No que se refere a extroversão, há a distinção entre a aprendizagem da língua e a aquisição da língua. O primeiro é descrito pela preocupação de se seguir um pacote didático com o estudo conteudista e de regras, já o segundo, ao contrário do primeiro, não segue um pacote didático, não há preocupação em seguir o currículo e sim é uma forma espontânea e comunicativa e de interação no convívio ambiental com o nativo. Com isso, Krashen (1987) conclui que

Language acquisition é mais eficaz do que language learning para se alcançar habilidade funcional na língua estrangeira, e que o ensino de línguas eficiente não é aquele atrelado a um pacote didático predeterminado nem aquele que utiliza recursos tecnológicos, mas sim aquele que é individualizado, em ambiente bicultural, que explora as habilidades pessoais do facilitador em criar situação de comunicação real voltadas às áreas de interesse do aluno. (KRASHEN, 1987)

Portanto, para um ambiente de sala de aula onde busca-se o ensino da língua estrangeira de forma instrumental, o mais indicado é que aconteça o language learning. É o caso de nossa realidade quando tratamos do ensino de LE nas escolas de ensino fundamental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília, MEC/SEF. 1998.

BRASIL. Presidência da República. Lei nº 11.161, de 5 de Agosto de 2005: Dispõe sobre o ensino da língua espanhola. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11161.htm.

CEARÁ. Secretaria de Educação. ¿Por qué aprender español? In Primeiro aprender: Língua Portuguesa, História, Filosofia, Arte, Sociologia, Educação Física, Língua Espanhola, Língua Inglesa. Caderno do Aluno, vol. 1. Fortaleza: SEDUC, 2009.

KRASHEN Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition.  Prentice-Hall International, 1987.

KRASHEN Stephen D. Second Language Acquisition and Second Language Learning.  Prentice-Hall International, 1988.

LEFFA, Vilson J. O ensino de línguas estrangeiras no contexto nacional. Contexturas, Apliesp, n. 4, p. 13-24, 1999. (www.leffa.pro.br)

ROCHA Ruth- MINIDICIONÁRIO- 10ª edição- editora scipione-1996

SERRANI, Silvana M. A Formação do Professor e Currículo de Línguas. In: ____ Discurso e Cultura na aula de língua: Currículo, Leitura, Escrita. Campinas: Editora Pontes, 2005, p. 13-58.

BIBLIOGRAFIA ELETRÔNICA

www.wikipedia.org

www.leffa.pro.br

www.terra.com.br (http://www.terra.com.br/revistaplaneta/mat_398.htm)

POLÍTICA EDUCACIONAL MUNICIPAL DE HORIZONTE

UNIAMÉRICAS clip_image002

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA. Esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo, realizado no MESTRADO.

Esse artigo se propõe a mostrar para nós, professores das redes estaduais e municipais de ensino o tanto quanto são vazios os significados de uma boa formação educacional aplicada dentro de um sistema mal estruturado como o nosso. Façam suas reflexões sobre a prática da formação continuada e tirem suas próprias conclusões.

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA e esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo do MESTRADO.

MESTRADO EM CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO

POLÍTICA EDUCACIONAL MUNICIPAL DE HORIZONTE

A FORMAÇÃO CONTINUADA

CURSO DE MESTRADO (STRICTO SENSU)

DISCIPLINA: Política Educacional

DOCENTE: Prof. Lucidalva Pereira Bacelar

ALUNO (A) : FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA

Turma: 2


INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo, apresentar um dos modelos de política educacional, cujo trato é de valor desigual no município de Horizonte, quando ofertado aos profissionais da educação pela Secretaria da Educação. Refiro-me à Formação Continuada dos Profissionais da Educação Percebe-se desigualdade nos eixos que procedem as disciplinas em questão e a qualidade dos cursos ministrados por profissionais despreparados.

A questão mais crítica está no bojo do cumprimento das leis, a transparência das ações, dos resultados, da aprendizagem dos alunados frente a uma grande mentira: alunos aprovados, alunos matriculados numa série subseqüente sem a aquisição do conhecimento da série anterior. A promoção do aluno é baseada em dados numéricos ilusórios e fantasiosos, para não perderem o que têm de direito; bolsa-família e outros benefícios que lhes são de direito por lei.

Para discutir o assunto em questão, primeiro devemos fazer uma reflexão sobre o que é a formação continuada e o que é educação. Conforme, o exposto abaixo, temos que nos preocupar com a nossa formação, com os nossos salários, com o nosso ambiente de trabalho, com a nossa performance e com a aprendizagem dos nossos alunos.

Tudo emana das Secretarias. Não depende unicamente de nós a decisão de escolhermos o melhor para mudar e transformar nossa prática pedagógica. Temos que dançar conforme a música. Temos que nos silenciar diante do enigmático modelo de educação. Temos que nos camuflar e fazermos de conta que estudamos que nos formamos e ensinamos e nossos alunos aprendem bem, formam-se bem. Nós temos que nos convencer que isto é normal, que tudo está certo que é assim mesmo e pronto. Não podemos fazer nada. Eles representam a lei maior e nós, somos pequenos e poucos para agirmos contra suas próprias e inusitadas tomadas de decisões

Faremos uma pequena abordagem sobre as leis da educação brasileira, bem como, exporemos o estatuto que documenta as leis de diretrizes da rede municipal da educação do município de Horizonte e seus objetivos. E finalmente, faremos uma apreciação crítica com relação ao assunto.


1.FORMAÇÃO CONTINUADA

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, SOCIAL E

POLÍTICA

Vivemos o hoje imerso numa atmosfera de muitas mudanças. Pensar em educação sem pensar nas mudanças e sem pensar em viver estas mudanças é o mesmo que sermos eternos seres estáticos no tempo. O ontem já não mais nos interessa. Nossas raízes são deixadas para trás. Já não se lêem mais os livros, já não se dão mais um bom dia de cortesia. Já não se vão mais à igreja para rezar. Já não se têm mais atenção em uma aula verbalizada. Já não se escrevem mais, digitam-se, teclam-se letras, procuram-se amigos no ORKUT, enviam-se SCRAPS para os amigos virtuais, entram-se no MSN, enviam-se E-MAILS, enviam-se TORPEDOS nos celulares dos amigos, os bate-papos são assuntos das mensagens que rolaram no orkut, enfim, o cotidiano do jovem tem mudado imensamente e repentinamente.

Leia em (ENGUITA Mariano Fernández, 2004 p.22), algo a respeito das mudanças no mundo e para o mundo;

Mas a aceleração e a intensificação da mudança social fizeram detonar, em algum momento, uma nova situação: desataram uma mudança na mudança. Não importa aqui qual seja esse momento, que, naturalmente, varia de uma sociedade para outra e, dentro de cada uma, de um grupo social para outro. A partir de certo momento, em todo o caso, a mudança já alcança um ritmo de gerações: as crianças crescem e se convertem em adultos num mundo diferente do de seus pais, no qual não podem ser introduzidas com facilidade por eles, e muito menos por seus avós. Essa aceleração da mudança, diferença longitudinal, manifesta-se também como desigualdade na mudança, diferença transversal. Uns grupos mudam mais rapidamente e/ou antes que outros: a classe média antes que a classe operária, a cidade antes que o campo etc.Provavelmente, seja esta a época áurea do magistério, a época por meio da qual o mestre de escola – e, em outro âmbito, o professor de instituto – representa para e diante de seu público, a abertura para o mundo, a cultura em singular e com maiúscula, a ilustração, o progresso: oferece o que sua família e sua comunidade imediata não lhe podem dar.

Os pedagogos e educadores também devem acompanhar estas mudanças, para evitar choques de culturas, para evitar distanciamento entre o que o jovem quer aprender e o que é ensinado a ele. Essas mudanças exigem pessoas formadoras e formadas. Hoje em dia, não só basta ter um curso de graduação, temos que pensar mais alto. Se o professor quiser conquistar seu espaço de trabalho, para atender clientelas mais exigentes, ele terá que buscar formações atreladas à exigência do mercado atual. O aluno de hoje não quer mais respeitar o profissional da educação como o de antigamente. O de antigamente era obediente porque tinha uma família que era integrada e que lhe impunha regras e conselhos. Hoje, se o professor não tiver pulso forte, é dominado apenas por um ou dois alunos inquietos em sala de aula. Mas o porquê então dessas mudanças no tempo? Lógico que tudo gira em torno da universalização do ensino, da transformação do mundo moderno, das novas tecnologias, das mundivivências dos nossos alunos, dos novos acontecimentos.

Então partindo dessa perspectiva de intensas e imediatas mudanças, temos que pensar em melhorar nossa prática pedagógica. Temos que buscar subsídios para a construção de um saber renovado, de encontrar estratégias de ensino que provoquem interesse nos nossos alunos, afinal, eles são os nossos clientes e, portanto temos que atendê-los conforme suas necessidades e interesses. Quando a aula não está boa, eles sabem perfeitamente criticar e reclamar na direção escolar ou entre eles. Ao contrário, quando a aula está boa, eles sabem elogiar e até agradecer.

Pensar na formação continuada é sentir-se preparado para competir no mercado de trabalho entre os demais profissionais da educação. A nova LDB exige professores que saibam trabalhar as grandezas do intelecto do educando. O bom profissional é aquele que saiba distinguir e conceituar competências e habilidades. Compete ao professor a responsabilidade de saber inserir seu aluno em atividades que sejam significativas para enriquecer prévias aprendizagens. Uma escola de professores, gestores, alunos sem formação desencadeia um esvaziamento de cultura e de conhecimento. Os princípios que regem a Lei de Diretrizes e Base da Educação prima pelo cumprimento de todos os objetivos listados abaixo:

Art. 2o A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3o O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

A formação dos profissionais da educação não pode ocorrer de forma individual, ao contrário, temos que ser sujeitos unidos, integrados, para que saibamos aprender com o outro e aproveitar as idéias partilhadas. Saber dividir com o outro exige parcerias e companheirismo. Uma escola que funciona sem o eixo da integração profissional tende a desmoronar-se. Para que haja união no grupo, é necessário que haja ética e zelo pela amizade. Neste caso, ensinar não tem idade, o preconceito não existe entre as pessoas, as formas de ensinar não variam e nem entram em contradição ao ensino do outro, ou seja, mantêm-se uma unidade de ensino que envolve muitos criadores e criaturas. Dessa forma, poder-se-á dizer que o mundo anda conforme o tempo e estamos praticando ações educativas de conformidade com as mudanças para o mundo e para o nosso tempo. Mas o que é então a Formação Continuada? Em (LIBÂNEO, 2003-190), a definição desses dois termos consiste em:

... ações de formação dentro da jornada de trabalho (ajuda a professores iniciantes, participação no projeto pedagógico da escola, entrevista e reuniões de orientação pedagógico-didática, grupos de estudo, seminários, reuniões de trabalho para discutir a prática com colegas, pesquisas, mini-cursos de atualização, estudos de caso, conselhos de classe, programas de educação à distância etc.) e fora da jornada de trabalho (congressos, cursos, encontros e palestras). Ela se faz por meio do estudo, da reflexão, da discussão e da confrontação das experiências dos professores. É responsabilidade da instituição, mas também do próprio professor, porque o compromisso com a profissão requer que ele tome para si a responsabilidade com a própria formação.

Refletir nossa prática pedagógica é muito mais importante do que sermos meros professores que ostentam orgulho por termos um mero certificado de graduação na área de ensino. Mais que isso, precisamos parar de nos conformar com o simples e com o que temos. Precisamos, sim, ter o pensamento mais ousado e porque não dizer, sermos mais interesseiros em ganhar mais e melhorar os nossos salários? Neste momento, deve-se pensar em acelerar mais estudos, crescer em direção ao norte, desenvolver estudos em outras áreas, fortalecer nossos conhecimentos nestas áreas, fazer uma pós-graduação, um mestrado, um doutorado e por fim um pós-doutorado.

1.2 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

Conforme o mini-dicionário da língua portuguesa, (RUTH ROCHA, 1996-223) educar é v 1.Desenvolver e orientar as aptidões do indivíduo. 2. ensinar, instruir. 3. Adestrar. A educação é um termo que está atrelado a um arsenal de conceitos que implicam mais significados. A educação está em todos os lugares, em todas as pessoas, está no cultural, no social, em casa, na escola, ninguém escapa da educação. O conceito mais re-significado está nas palavras de (BRANDÂO, L. Carlos. 2009. p.10):

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender – e - pensar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. (...) Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática, e o professor profissional não é seu único praticante.

Muito se tem falado da formação continuada no município de Horizonte. A lei orgânica do município está atrelada aos princípios do bem-estar do cidadão horizontino e na qualidade de formação profissional do povo da região. Os princípios norteadores dessa política garantem cidadãos mais assistidos tanto pelo prisma educacional, profissional, cultural, social, econômico quanto pela saúde.

1.3 OBJETIVOS E PRINCIPAIS AÇÕES

São objetivos da Secretaria de Educação do município, conforme as Diretrizes Operacionais da Rede Municipal do município (pág.7) o que se lê abaixo,

A Secretaria de Educação tem a finalidade de desenvolver políticas educacionais que levem em conta os objetivos do desenvolvimento do indivíduo no seu meio; elaboração de planos e programas de educação, bem como a coordenação de sua implantação incluindo processos avaliativos, com foco na aprendizagem dos alunos; promover estudos, pesquisas e outros trabalhos que visem aprimorar o sistema educacional à realidade social dos seus educandos; desenvolver programas de orientação pedagógica, objetivando aperfeiçoar o professorado municipal dentre as diversas etapas e modalidades pertinentes ao município, buscando aprimorar a qualidade de ensino; desenvolver programas e projetos de combate à evasão, repetência e todas as causas de baixo rendimento dos alunos; zelar pela manutenção dos estabelecimentos municipais de ensino; realizar, anualmente, o levantamento da população em idade escolar, procedendo a sua chamada pública para as matrículas; zelar pela transparência, controle e fiscalização da aplicação dos recursos destinados à educação no município.

O texto é muito consistente e lindo. Todos cumprem em pôr em ação o que está no papel. Realmente, os dados são magníficos, a gente vê os objetivos se concretizarem na íntegra. Todos são obedientes e seguem o manual de instrução ao pé da letra.

Sabemos que os profissionais da educação passam pela formação continuada do magistério todas as semanas. Mas o que se vê são pessoas do magistério alegando a falta de competência e de formação de alguns profissionais em detrimento dos níveis de aprendizagem e de qualificação para o exercício do magistério por parte de outros. Isso explica o quantitativo de professores operando no município: a maioria são pessoas procedentes de Fortaleza, com jornada de trabalho de 200 (duzentas horas/aula). Existe uma política educacional camuflada. Há pessoas sem formação alguma trabalhando como docentes na educação básica, substituindo outros docentes, que são efetivos. Sabemos também que há professores que se destinam a ensinar disciplinas que não pertencem a sua área de estudo, como por exemplo, um professor com habilitação em Letras, ensinando filosofia, história e geografia. Estes profissionais não recebem formação alguma para o exercício de sua prática docente, porque não tem vínculo efetivo com a educação do município.

A contratação temporária de professores assume um comportamento meio que desonesto. Sabe-se que o processo seletivo ocorre ou por indicação de terceiros, influência da boa amizade ou por uma entrevista pessoal e entrega de documentos, privilegiando-se apenas o mínimo de formação do candidato. Pelos menos, no âmbito do ensino de língua inglesa, o que se sabe tão recentemente é que basta o candidato apresentar um certificado do curso livre de língua inglesa que ele já será premiado com uma vaga para ensinar em qualquer escola do município e este será respaldado pela secretaria da educação do município. Isso quer-nos dizer que uma pessoa de formação em mestrado ou possuidor de títulos de pós-graduação de qualquer natureza será considerada um doutor. Seus méritos não serão tratados com maiores salários, ao contrário, este profissional tem o mesmo direito igual ao de um profissional abaixo da sua titulação.

Está na lei municipal da educação do município o salário-base do trabalhador + a gratificação salarial (regência de sala de aula) + 10% atribuídos a um especialista e a um mestre apenas acrescenta-se mais 5%. Isso quer-nos dizer que a formação de nada nos vale se não garante a nós profissionais um salário digno. Se formos julgar e comparar com quem não tem formação, estamos recebendo quase os mesmos salários.

Então o que se pode concluir é que não interessa para o município o cidadão formado, e sim o cidadão formador, aquele que seja capaz de inserir-se na política do faz-de-conta que ensina e faz-de-conta que a criança aprende. Tem-se que levar ao pé da letra e abraçar a boa causa para que não saiamos de braços cruzados sem os nossos empregos. Temos que dançar conforme a música, senão o selo UNICEF é rejeitado. Na verdade, aí é que podemos dizer que a educação é uma faca -de dois- gumes: se por um lado, o prefeito investe na educação das crianças, requerendo de cada profissional da educação, estudos que levam as crianças a lerem, por outro lado, vêem-se profissionais queixando-se de sua própria incompetência, por falta de uma formação que lhes dê suporte para melhorar sua prática em sala de aula.


2. PROJETOS EDUCACIONAIS

Existem vários projetos especiais para dar um novo rumo à educação no município, tais quais: educação para a Diversidade Étnico-Racial, Eu sou Cidadão, O POVO na Educação, PROERD e JBV, PETECA, Meio Ambiente e o projeto de Educação Integral. Este último visa proporcionar aos alunos uma permanência de longo tempo na escola, a aquisição do conhecimento em todas as áreas do conhecimento pertinentes ao ensino básico, reorganização de uma rotina escolar, dando ênfase às experiências significativas de aprendizagem. As crianças passam o dia inteiro na escola e dela recebem todo tratamento direcionado como aulas, recreação, cuidados com o corpo e com a alimentação, oportunizando aos pais destas crianças tempo livre para o trabalho nas fábricas e o sossego e a tranqüilidade, pois no final do dia, todos são entregues nos seus lares por responsáveis da educação, com aparência de terem vivido momentos de inteiras felicidades. Na verdade, eles passam o dia inteiro mais comendo, evacuando e brincando do que mesmo estudando. No intervalo entre o estudo e uma alimentação rotineira, há brincadeiras de jogos e depois da alimentação principal, todos passam pelo descanso de mais de uma hora em colchonetes macios. Eles têm a regalia de ter todo material que necessitar, como, lápis, tintas, cadernos, livros, jogos e muito mais. Realmente o projeto é muito bonito. Ocorre que a formação dos profissionais é deixada à margem.

Implantaram o ensino da língua inglesa nas escolas de ensino integral e o município não dá conta de uma formação voltada para o profissional dessa área. E o que dizem as diretrizes operacionais da rede municipal de educação do município ( p. 38) acerca da formação? Ei-lo abaixo:

Conforme artigo VII do Estatuto dos Profissionais do Magistério Municipal, a Secretaria de Educação deverá “Organizar o quadro do magistério municipal e desenvolver ações no sentido de habilitar, capacitar e acompanhar os profissionais da área, promovendo a sua valorização pessoal e profissional”.

A proposta da formação é para todos: professores de todas as séries, desde a educação infantil ao 9º ano, gestores, Pedagogos, professores lotados em salas de Atendimento Educacional Especializado – AEE, professores lotados em Cargos Técnicos na Secretaria Municipal da Educação, Coordenadores técnicos da SMEH (Secretaria Municipal de Educação de Horizonte), coordenadores de Desenvolvimento e Acompanhamento Pedagógico, os Secretários Escolares, os Auxiliares de Serviços Gerais, os Auxiliares de Merendeiras, Vigias, os Motoristas, os Digitadores, Agentes Administrativos e Assistentes de Administração, dentre outros.

No bojo das Diretrizes Operacionais da Rede Municipal do Município (p. 38-39 )frisa o seguinte:

Os cursos de formação continuada da área de Linguagens e Códigos destinam-se aos professores lotados nas disciplinas de Língua Portuguesa, Redação, Arte e Educação e Língua Estrangeira. Também serão contemplados os professores que ministram as referidas disciplinas nas turma de EJA do segundo segmento.

Como se pode ver, na prática, isso não ocorre. Como foi mencionado anteriormente, não há uma formação continuada para professores de língua estrangeira. Então, pode-se concluir que, o texto é ilusório e que a leitura da citação acima reforça o que foi dito no início desse artigo: a CAMUFLAGEM.

A leitura não é para todos, vêem-se poucos casos de alunos que se mostram ser verdadeiros leitores. Em contrapartida, há incidências de pessoas deficientes nas salas de aula e alunos com problemas de desintegração familiar e até de abandono. Como é fácil camuflar os índices de aprovação, bastando-se para isso, apenas o registro dos resultados por parte do que chamam de diagnóstico de aprendizagem, então temos que cuidar em não desrespeitar as leis do município e zelar por elas: temos que passar todos os alunos e avançar estes alunos para as séries seguintes, arrastando com eles todas as suas deficiências. Todos são bons igualmente, porque são alunos que passaram. O resultado positivo é que determina os marcos crescentes dos índices de escolaridade e por meio desses resultados é que são cabíveis a oferta da bolsa-escola e outros benefícios que desse resultado o aluno tende a usufruir. Isso se repete todo ano e já se transformou em um dos principais objetivos no exercício do magistério.

Abaixo, veremos os dados que marcam a fundamentação legal das leis que norteiam a progressão funcional do profissional da educação, bem como, relatos sobre os planos de carreiras do magistério público, tomando como base as leis de diretrizes e base da educação brasileira, considerando como principal marco as premissas da constituição brasileira.

2.1 APARATO LEGISLATIVO

INTERESSADA: Arlândia Cristina Lima Nobre, Vereadora da Câmara Municipal de Horizonte.

EMENTA: Responde consulta sobre progressão funcional do pessoal do magistério

RELATORA: Lindalva Pereira Carmo

SPU Nº 01255835-4

PARECER Nº 0011/2002

APROVADO EM: 09.01.2002

I – RELATÓRIO

Arlândia Cristina Lima Nobre, Vereadora da Câmara Municipal de Horizonte, através do Processo Nº 01255835 – 4, consulta este Conselho sobre a questão a seguir transcrita:

“1. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a famosa Lei Darci Ribeiro, Lei Nº 9.394/96, em seu artigo 67, inciso IV, é textual, ao afirmar, verbis:

“Art. 67 – Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:

(...)

IV – progressão funcional baseada na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho;” (grifos da autora da consulta).

2. À luz da disposição legal enfocada, art. 67, inciso IV da Lei Nº 9.394/96, que, ressalte-se, é categórica ao determinar “a valorização dos profissionais da educação”, indaga-se ao conceituado Conselho:

2.1. É possível, legal e constitucional o(s) município(s) quando da aprovação de seu(s) estatuto(s) e/ou plano(s) de carreira do magistério público, fazer inserir em seu texto, disposição permitindo “progressão funcional” do pessoal do magistério baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho? (grifos da autora da consulta).

II – FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

A questão tem amparo:

a) na Constituição Federal, Art. 206, Inciso V, que estabelece:

“Art. 206 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

(...)

Cont. Parecer Nº 0011 /2002

V – valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União.”

b) na Constituição Estadual, Art. 215, Inciso IV, quando determina:

“Art. 215 – A educação, baseada nos princípios democráticos, na liberdade de expressão, na sociedade livre e participativa, no respeito aos direitos humanos, é um dos agentes do desenvolvimento visando à plena realização da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, contemplando o ensino as seguintes diretrizes básicas:

(...)

IV – valorização dos profissionais do ensino com planos de carreira, na forma da lei, para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurada a isonomia salarial para docentes em exercício, com titulação idêntica, respeitando-se o grau de ensino em que estiver atuando.”

c) na Lei Nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB), Artigos 3º, Inciso VII e 67, Inciso IV, que preconizam:

Art. 3º - “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

(...)

VII – Valorização do profissional da educação escolar.”

Art. 67 – Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:

I. ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;

II. aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim;

III. piso salarial profissional;

IV. progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho;

V. período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;

VI. condições adequadas de trabalho.

Cont. Parecer Nº 0011/2002

Parágrafo Único – A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.” (grifos nossos).

d) na Resolução nº 03/97-CEB/CNE, que “dispõe que as novas carreiras do magistério devem contemplar níveis de titulação e incentivos de progressão por qualificação do trabalho docente”, entre os quais “avaliação do desempenho no trabalho”.[1]

III – VOTO DA RELATORA

Conforme textos legais transcritos, é muito claro o posicionamento do legislador quanto à valorização dos profissionais da educação como um princípio ou diretriz que norteia a política educacional do País, e por via de conseqüência, do Estado e dos municípios.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com vigência a partir de dezembro de 1996, portanto, posterior à promulgação das Constituições (Federal – 1988; Estadual do Ceará – 1989) e das Leis Orgânicas dos Municípios, regulamenta o aludido princípio ou diretriz constitucional, especificando, conforme transcrição anterior, mecanismos legais e administrativos que o/a traduzem na prática.

Assim, ao atualizar os Estatutos e Planos de Carreira do Magistério Público, o que é uma exigência da Lei Nº 9.424/96 que “Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, na forma prevista no art. 60, § 7º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras providências.

Tal exigência está estabelecida no caput do Art 9º, da mencionada Lei, a seguir transcrito:

“Art. 9º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, no prazo de seis meses da vigência desta Lei, dispor de novo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério, (...). (grifos nossos)

Face ao exposto, esta relatora entende que o novo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério dos Estados e dos Municípios, para estar em consonância

Cont. Parecer Nº 0011/2002

com o que estabelece a LDB, deve contemplar tudo o que preconiza o Art. 67, com seus incisos e parágrafo único.

Delimitando-se, porém, o questionamento levantado pela Vereadora Arlândia Cristina Lima Nobre, da Câmara Municipal de Horizonte, aos mecanismos que devem ser utilizados para a progressão funcional do profissional do magistério, obviamente sou de opinião que deve ser inserido no novo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério, do município em tela, o dispositivo de que esta progressão tem por base a titulação ou habilitação do profissional e a avaliação do seu desempenho. É o que estabelece a Lei.

IV – DECISÃO DO PLENÁRIO

O Plenário do Conselho de Educação do Ceará aprovou por unanimidade o voto da relatora.

Sala das Sessões da Câmara da Educação Básica do Conselho de Educação do Ceará, em Fortaleza, aos 09 de janeiro de 2002.

LINDALVA PEREIRA CARMO

Relatora

JORGELITO CALS DE OLIVEIRA

Presidente da Câmara

O que o texto acima nos remete é para o nosso entendimento de que a valorização profissional é uma das brilhantes promessas a ser cumprida no seu estatuto. Ocorre que, quem está de fora há de pensar que na prática isso realmente acontece. Quem está dentro sabe que esta valorização não é uma das preocupações da Secretaria de Educação. A prova do que está sendo dito é o valor que o trabalhador educador com cursos de pós-graduação ganha nos seus salários. Enquanto a prefeitura de Fortaleza paga 40% a um professor pós-graduado, eles pagam apenas 10% e se este professor tiver curso de mestrado, acresce apenas 5% no seu salário. Isso representa uma vergonha. Imaginemos um professor com uma jornada de trabalho de 200 horas, dois expedientes, em período probatório, saindo de Fortaleza às 5:00 horas da manhã e deixando o município por volta de 5:30 da tarde todos os dias, tendo este professor cursos de especialização e sendo iniciante de mestrado, trabalhando com o ensino da língua inglesa para crianças a partir da educação infantil à 4ª série em 4 escolas de ensino integral, recebendo apenas o equivalente a um professor que está no mesmo patamar de trabalho que mora na região, tem formação somente do curso de graduação da UVA? Onde está o valor do profissional? É momento para que se exija uma reforma na folha de pagamento. Neste caso educação tem outro significado. Chama-se exploração do trabalho humano. Somos tratados como verdadeiros peões, digo peão, porque nos juntamos aos que estão cedo da manhã num terminal de ônibus em Fortaleza rumo ao mártir laboral, juntamente com outros peões que vão pegar serviço no bairro Papicu em obras de construção, ou em serviços domésticos no bairro Aldeota. Isto significa abuso de poder e nos causa revolta e indignação, vontade de desistir dos nossos empregos. Aproveitamos o feriado não para nos divertir e sim para descansarmos os nossos corpos para prosseguir na nossa rotina de trabalho com a mesma energia do primeiro dia.

Leia em (BRANDÃO, L. Carlos 2009 p. 11), algo referente a este assunto para fins de ilustração;

Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existem povos que submetem edominam outros povos, usando a educação como recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre si incontáveis práticas dos mistérios de aprender; primeiro sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mas adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos.

2.2 FONTE DE FINANCIAMENTO

FUNDEB é a política de financiamento da Educação Básica . Ele funciona como um sistema contábil e de investimento para provir verbas para a educação, atendendo despesas por cada aluno matriculado. Para falar e conceituar o fundo FUNDEB, nada melhor do que a leitura da citação a seguir:

O fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (FUNDEB) foi criado para substituir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). Enquanto o FUNDEF destinava-se exclusivamente ao Ensino Fundamental, o FUNDEB, conforme a Legislação, vai financiar toda a Educação infantil (creches para crianças de 0 a 3 anos e pré-escola para crianças de 4 a 6 anos), do Ensino Fundamental e Ensino Médio, além das modalidades de ensino que são: Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Educação Especial e Quilombolas. (SCHNEIDER, 2009, P.12-citado por BARCELAR, Lucidalva Pereira: política educacional- p. 56-57)


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O que se pode ter em mente é que, no âmbito da formação continuada, o município de Horizonte deixa muito a desejar. Muito se escuta falar que durante os dias de formação, há professores que deixam as salas de formação, reclamando da qualidade de formação que têm. Uns alegam não agüentarem mais tantas besteiras que são faladas e tantas horas desperdiçadas. Outros se arrependem de deixar suas salas de trabalho para ocupar-se de tais cursos de formação, que não acrescentam em nada nas suas vidas profissionais e suas práticas docentes, isto é, apenas servem para encher o tempo e para testemunhar que estão a serviço de uma secretaria de educação. Pena é saber que quem está por trás da responsabilidade de formar, também, não está preparado para tal façanha.

Faz-se necessário, então, repensar na qualidade dos cursos de formação. Os professores sempre costumam dizer que tudo o que lhes é ensinado são coisas que já sabiam e já empregavam em suas metodologias de trabalho, daí dizer que dá um cansaço assistir às aulas de um curso de formação, tendo como assunto algo que já é conhecido, ou seja, nada é diferente, nada é significativo, nada é importante. Nesse caso, não há motivação para quem pretende garantir sucesso como docente, submetendo-se a participar de tais cursos de formação.

Horizonte, mais que nunca, precisa sair das mesmices. Precisa mostrar seu valor por meio dos resultados verdadeiros. Precisa deixar de camuflar os resultados, precisa qualificar melhor seus profissionais, mais que isso, principalmente, precisa e tem condições de fazer, as leis funcionarem dentro da legalidade. Precisa ostentar seus valores não através do ilusionismo e sim por meio das ações diretas e transparentes.

Enfim, temos que dar sugestões, propor, criticar, reivindicar, cobrar, lutar pelos nossos direitos, como profissionais responsáveis pela aprendizagem de nossas crianças. Direitos de crescermos enquanto profissional, direito de nos sentir bem em nossos empregos, com nossos salários, direitos de sentirmos satisfeitos por estarmos cumprindo bem o nosso papel de educador que realmente educa, de educador que tem consciência que está educando e não camuflando a educação.

Muitos se calam porque têm medo de perder o emprego. Então, tudo fica como eles querem que seja, é mais fácil então sermos dominados e forçados a empreender uma rotina de ações que a secretaria nos manda para que sejam cumpridas do que revelarmos nossa angústia diante do que é falso e absurdo. Tratando-se então, dessas reflexões, fica mais fácil viver o silêncio e a aceitação de suas propostas políticas, as quais nos submetem, do que imaginar a negação e faltar com a execução dessas ações que nos são propostas. Somos então culpados por termos um modelo de educação onde ninguém tem a coragem de gritar alto, rebater as regras e leis, ser do contra e exigir nossos direitos assistidos como estão nas leis e nos papéis. É de direito nosso entrar num consenso e decidir nossa prática pedagógica, porém nossa classe de profissionais é muito desunida e egoísta.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

· ALARCÃO, Isabel. Formação Continuada como instrumento de profissionalização docente. In: VEIGA. Ilma Passos. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas – SP: Papirus, 2004.

· BRANDÃO, L. Carlos. O que é educação? Mímeo. 2009.

· DIRETRIZES OPERACIONAIS DA REDE MUNICIPAL DE

EDUCAÇÃO DE HORIZONTE – CE-2010

· ENGUITA, Mariano Fernández. O Magistério numa sociedade em mudanças. In: VEIGA. Ilma Passos. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas – SP: Papirus, 2004.

· BACELAR Lucidalva Pereira- Política Educacional- junho de 2010

· Minidicionário/ RUTH ROCHA. São Paulo- editora Scipione-1996

· http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/19394_96htm

· www.PAR0011.2002(2).doc-Microsoftword.


[1] Para aprofundamento do assunto, ler Progressão na Carreira do Magistério e Avaliação do Desempenho, de Marisa Abreu e Sonia Bazano, in Guia de Consulta para o Programa de Apoio aos Secretários Municipais de Educação – PRAZEM III, Brasília, FUNDESCOLA/MEC, 2001.

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA. Esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo, realizado no MESTRADO.

Esse artigo se propõe a mostrar para nós, professores das redes estaduais e municipais de ensino o tanto quanto são vazios os significados de uma boa formação educacional aplicada dentro de um sistema mal estruturado como o nosso. Façam suas reflexões sobre a prática da formação continuada e tirem suas próprias conclusões.

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA e esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo do MESTRADO.

TUTORIA EM DIDÁTICA E METODOLOGIA

UNIAMÉRICAS

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Esse artigo que aqui se publica, tem como objetivo principal, trazer reflexões para a prática docente em língua inglesa. Sabemos o tanto quanto ensinar inglês nos dias de hoje está ficando meio que no decoreba no ensino do verbo TO BE e isso os alunos não querem mais. Chega de enganarmos a nós mesmos, utilizando esta prática. Vamos agora dar o  ponta pé inical no ensino transformador, garantindo assim, a permanência dos alunos em sala de aula nos cursos livres e motivando aqueles de escolas de ensino regular a aprenderem brincando.

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA. Esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo, realizado no MESTRADO.

EXPERIÊNCIA DE SALA DE AULA PARA DISCUSSÃO

CURSO DE MESTRADO (STRICTO SENSU)

CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: TUTORIA EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DE ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DOCENTE: PROF. DRA. FRANCISCA ILNAR DE SOUZA

ALUNO (A) : FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA

Turma: 2

Maio- 2010

1. APRESENTAÇÃO

O referido artigo trata do assunto referente às experiências marcantes no ensino de língua inglesa na educação básica. As experiências são relatadas a partir de episódios /ou acontecimentos ocorridos durante a prática de ensino nas escolas onde a autora tem exercido sua prática entre os anos de 2009 e o ano em curso.

O objetivo desse artigo é, em primeira mão, fazer o leitor refletir suas práticas pedagógicas e em segunda mão, torna-lo informado a respeito das questões pedagógicas atreladas à problemática do ensino da língua inglesa x aquisição da língua.

O trabalho tem vários matizes, ora a autora faz críticas à formação de certos profissionais da educação, ora ela faz relatos fabulosos, dos quais, sente orgulho e satisfação.

Lá para o final, ela confronta os vários tipos de escolas e os tipos de clientes que a escola recebe, bem como, ela aponta seu ponto de vista em relação à dinâmica de gerenciamento escolar.

Ela encerra seu trabalho com uma reflexão que desperta em nós, professores, a consciência de sabermos nos apropriar de uma sala de aula, tendo em vista todas as especificidades pertinentes ao saber fazer pedagógico com base nos pilares da educação para os jovens brasileiros.

  1. EXPERIÊNCIA MARCANTE EM SALA DE AULA

2.1 ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL

No município de Horizonte, implantaram o sistema de Escola em tempo integral. Nestas escolas, existe toda uma rotina de atividades para serem executadas todos os dias com as crianças que vão desde o acolhimento, alimentação, banhos, descanso, jogos a estudos dos conhecimentos em todas as áreas. A professora gestora é aquela que permanece por maior tempo com elas, cuidando e preparando as atividades em tempo rápido. Vez por outra, quando por motivo da falta de uma delas, chegam até a escola, professoras de rodízio, ou professoras substitutas.

O ensino de língua inglesa, nestas escolas, é considerado um projeto novo. A professora ensina as séries: educação infantil, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Planeja-se para todas as séries semanalmente e este plano é acompanhado pelas diretoras.

A autora desse artigo é professora de inglês em 4 escolas integrais, distribuídas em 4 diferentes distritos deste município. A princípio ela trabalhava apenas com o ensino fundamental II e nunca teve experiência de ensino em ensino fundamental I e nem tampouco tem formação pedagógica para o ensino em língua inglesa infantil. Parece difícil entender o que se passa com a autora. È uma experiência, que segundo sua fala, ultrapassa as discussões e polêmicas da educação. A educação de hoje retrata males incuráveis, projetados nas grandes falhas que a constituem forjando-a, ludibriando-a, dando-lhe dados estatísticos por excelência. Sobre este assunto é bom que se leia em (ENGUITA, Mariano Fernández, 2004. p.21):

Criaram-se muito mais escolas à sombra dos muros das fábricas que à sombra dos pensadores pedagógicos que costumam encher páginas de textos de história da educação, confundindo-a com a do pensamento culto em torno dela.A questio é se, hoje em dia, quando o mundo da empresa parece evoluir, ao menos parcialmente, para formas de organização baseadas mais na iniciativa e na co-responsabilidade do trabalhador, e quando as mudanças no mercado de trabalho mostram a precariedade no emprego, a necessidade de constante atualização ou reconversão profissional etc, a escola não estará demasiadamente apegada ainda a seu papel de instituição socializadora de futuros assalariados.

Foi-lhe imposto que deveria fazer este trabalho e assim sendo, ela se obrigou a fazê-lo por ordem da secretaria da educação do município. No início, ela tentou resistir a receber tal proposta, mas não teve outro jeito, senão acatar com a ordem.

Consta que, no início, a mesma sentiu-se estranha e alheia ao novo sistema de ensino. Ela apenas tinha que saber como preparar atividades que fossem bem atrativas para os alunos. Não era permitido trabalhar nada em lousa, pois alguns deles não conseguem tirar nada da lousa, como é o caso da educação infantil e até os meninos de 1ª a 2ª séries. Eles ainda não aprenderam as letras do alfabeto e desconhecem as palavras. Tem-se que fazer um trabalho bem prolongado e eles aprendem processualmente. Tudo é significativo para eles: uma palavra, uma figura, uma imagem qualquer e uma bela roda de conversa sobre determinado assunto referente ao projeto seguido no plano de aula.

A autora teve que se virar sozinha para atender as expectativas de aprendizagem destes alunos. Tratou de conseguir, de imediato, livros para o ensino infantil e pesquisou as várias maneiras e métodos de como passar o inglês para eles. Sua melhor aula foi na sala de educação infantil quando ela na 1ª aula do ano (2010) inseriu o conteúdo dos cumprimentos em inglês, iniciando pelo mais fácil “HELLO”. Então ela ensinou as crianças a dizer HELLO para as outras. Isso foi fácil demais e elas adoraram. Soube-se até que uma das crianças mais inteligentes chegou a casa e cumprimentou seu pai com “Hello, papai!” e este lhe respondeu com “Você se relou onde meu filho?”, de imediato, o filho responde “Papai, é o inglês.”

Passada esta semana, a professora retorna a mesma escola do garoto e é informada pelos funcionários e grupo gestor sobre o ocorrido, lembrando que no local, sendo distrito, as conversas voam longe. Para a professora, isso lhe serviu para lhe estimular a trabalhar com estas crianças e a se orgulhar demais delas e de seu trabalho. Foi percebido então, pela professora, o que antes ela já sabia, as crianças aprendem língua estrangeira mais rápido que o adolescente adulto. O que se pode concluir é que a experiência está sendo bem-vinda, pois depois desta aula, outras aulas já se passaram, conteúdos novos foram aplicados e o “feed back” das crianças sempre é bastante apreciado pela professora. Para sua satisfação, ela relata sua experiência para que o leitor a tome como exemplo de que a perseverança é alcançada quando se tenta. Não devemos fugir do novo, ao contrário, o novo pode até nos assustar, mas sempre será um desafio e uma proeza em nossas vidas profissionais. E falando em profissionais, não se pode deixar de lado que precisamos trabalhar para acompanhar as mudanças no mundo, vivemos do nosso trabalho e não temos escolha, é pegar ou largar.

Leia em (ENGUITA Mariano Fernández, 2004 p.22), algo a respeito das mudanças no mundo e para o mundo;

Mas a aceleração e a intensificação da mudança social fizeram detonar, em algum momento, uma nova situação: desataram uma mudança na mudança. Não importa aqui qual seja esse momento, que, naturalmente, varia de uma sociedade para outra e, dentro de cada uma, de um grupo social para outro. A partir de certo momento, em todo o caso, a mudança já alcança um ritmo de gerações: as crianças crescem e se convertem em adultos num mundo diferente do de seus pais, no qual não podem ser introduzidas com facilidade por eles, e muito menos por seus avós. Essa aceleração da mudança, diferença longitudinal, manifesta-se também como desigualdade na mudança, diferença transversal. Uns grupos mudam mais rapidamente e/ou antes que outros: a classe média antes que a classe operária, a cidade antes que o campo etc.Provavelmente, seja esta a época áurea do magistério, a época por meio da qual o mestre de escola – e, em outro âmbito, o professor de instituto – representa para e diante de seu público, a abertura para o mundo, a cultura em singular e com maiúscula, a ilustração, o progresso: oferece o que sua família e sua comunidade imediata não lhe podem dar.

Em uma outra escola de tempo integral, podemos relatar uma outra experiência bem marcante como resultado do trabalho da professora com a língua inglesa. Essa escola é conhecida no município como escola - modelo, portanto referência para as demais que estão começando este ano. Nela, os alunos são mais adaptados à rotina das atividades, bem como, têm mais facilidade de concentração por já serem condicionados a prestarem atenção nas aulas. Consta que quando a professora trabalhou as cores em inglês na turma de 1ª série, um garoto ou dois se interessaram tanto pelo assunto que aprenderam rapidamente as cores. Nesta mesma turma, a professora ensinou, também, a dizer “Good morning!’. Então, certo dia, a televisão, canal 30 foi fazer uma entrevista na escola para colher informações sobre o andamento dela. Neste momento (pela manhã), a diretora acolhe a reportagem, junta as crianças numa palhoça e de repente começam com o discurso. O repórter começa fazendo elogio ao tipo de escola que vê. A diretora aproveita para noticiá-lo da implantação da língua inglesa na escola. Ao ouvir isso, o repórter faz a seguinte pergunta: “Quem aqui sabe dizer bom dia em inglês?”. Então, um aluno do 1° ano, chamado Miquéias, diz “Eu.” “Eu sei dizer “!Good morning” e sei também que “blue” é azul, que “orange” é larange, que “green” é verde e que “red” é vermelho.” Nesse momento, de imediato, um outro continua: “sei também que “yelloy” é amarelo.”Não deu outra. Na semana seguinte, todos vieram dizer para a professora o ocorrido. Tem mais, esses garotos foram filmados. Isso deixou a professora mais uma vez orgulhosa e desencadeou nela, mais estímulo para seguir sua trajetória de ensino nestas escolas. Esta é a prova de que para a criança aprender inglês, não necessariamente necessita que ela tenha que ser alfabetizada em período anterior, pois a socialização da língua já se basta por si só, devido a sua maior amplidão comunicativa. Krashen à luz de sua sabedoria explica bem sobre isso...

Language acquisition é mais eficaz do que language learning para se alcançar habilidade funcional na língua estrangeira, e que o ensino de línguas eficiente não é aquele atrelado a um pacote didático predeterminado nem aquele que utiliza recursos tecnológicos, mas sim aquele que é individualizado, em ambiente bicultural, que explora as habilidades pessoais do facilitador em criar situação de comunicação real voltadas às áreas de interesse do aluno. (KRASHEN, 1987)

O que causou mais estranheza ainda para a professora é que certo dia em uma terceira das 4 escolas, durante o lanche da manhã das crianças, ela presencia as crianças da educação infantil, batendo na mesa, entoando uma canção cuja letra era apenas e tão- somente assim “morning... morning... morning...., morning... morning... morning...,”. Isso a fez refletir o ensino da língua inglesa para o público infantil. Vamos, aqui, então nos reportar para as teorias de ensino de língua inglesa no pré-escolar.

. De acordo com Schütz (2008), “crianças assimilam línguas com mais facilidade, porém tem grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido.” Para explicar esse tipo de comportamento linguístico das crianças na mesa do lanche, temos que citar mais uma vez Schütz (2009) e o seu conceito sobre língua. Para ele língua “é também o principal instrumento de desenvolvimento cognitivo do ser humano.” Afinal, esta é usada como meio de expressão, representando a comunicação oral e escrita; para analisar, interpretar e aplicar recursos de linguagem, através de investigação, compreensão e contextualização sócio-cultural.

2.2 ESCOLA DE ENSINO MÉDIO NO PERÍODO NOTURNO

O que muda entre o ensino infantil e o médio? Aqui, a autora relata uma segunda experiência no ensino de língua inglesa. Trata-se de um assunto bastante polêmico. Sua experiência anterior com ensino médio havia sido em uma escola do seu bairro. Não encontrando vaga para se lotar, teve que ser lotado em outro bairro, distante do seu. Começou então sua primeira semana de aula. Ao se apresentar para os alunos e estes para ela, já deu logo para perceber que a clientela era bem diferente em relação a da outra escola. Os alunos são mais humildes e mais respeitosos. São mais amáveis, mais disciplinados e concentra maior atenção nas aulas, bem como, demonstram maior interesse nas aulas que os clientes da escola anterior.

Ocorre que em menos de um mês de aula, tanto os alunos do 1º, do 2º e do 3º anos passam pelos corredores da escola falando em inglês com a professora. Enquanto que, na outra escola, não se via cenas como esta. Nota-se nesta escola, que é observável o comportamento de certos alunos que queiram ser indisciplinados. Tudo perpassa por uma direção cautelosa e que faz um belo trabalho administrativo e pedagógico. Não se vê os alunos com insultos, com enxerimentos com os professores. Tudo é vivido com respeito e ordem.

É notório, que às vezes o trabalho de um profissional de línguas é sucumbido pelo simples fato de não se ter uma boa administração escolar. Nesta hora, a culpa da falta de aprendizagem do aluno recai sobre o professor. Pois bem, este relato nos serve para mostrar o quanto nós vivemos de mudanças e o quanto foi capaz de mudar a forma de ensino entre duas escolas do mesmo porte, portanto resguarda a diferença apenas na administração dos gestores.

Para aproveitar o ensejo do referido assunto, faremos aqui, uma ponte de ligação com o ensino infantil nas escolas de tempo integral. O que há então de diferente entre o ensino de línguas na comunidade escolar das crianças que estudam inglês nas escolas de tempo integral e estes dessa referida escola de ensino médio? Como resposta, percebe-se que ambos parecem ter algo em comum: a concentração e o interesse para aprender línguas estrangeiras. Parece que em ambas as escolas a clientela não tinha visto inglês em anos anteriores de estudo.

Foi escutado pela professora, autora desse artigo, o depoimento de um dos alunos de uma turma de 1º ano que este aluno havia estudado na série anterior com um professor que não tinha metodologia adequada para trabalhar com a língua inglesa. Esse aluno ressaltou que o referido professor, não sabia inglês, pois o mesmo, a cada palavra lida em texto, recorria ao dicionário em busca de conhecê-la para poder passar, com segurança, para o aluno, seu significado. Então este aluno disse para a autora que a partir dali, tinha certeza que agora ia aprender inglês com ela. Aqui, cabe-nos reportar para o assunto da formação continuada desse profissional da educação.

Em (ALARCÃO Isabel, 2004 p.106), a autora bem cita sua preocupação com a formação continuada do professor no âmbito educativo, fazendo jus aos interesses de ambas as classes: os discentes e docentes. È bom que se reflita o que se lê abaixo:

... a formação continuada de professores deve visar ao desenvolvimento das potencialidades profissionais de cada um, a que não é alheio o desenvolvimento de si próprio como pessoa.Ocorrendo na continuidade da formação inicial, deve desenrolar-se em estreita ligação com o desempenho da prática educativa.

2.3 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL II

Arrematando nosso texto, podemos nos contrapor e nos questionar sobre o ensino de línguas em escolas de ensino fundamental II, período manhã e tarde no mesmo município de Horizonte em 2009. Comparando com os relatos acima, este assunto nos traz à tona os contrários, os opostos. Trata-se de uma escola considerada porte grande por matricular por ano seguido mais de mil alunos e por ser sediada no centro do município. A autora levanta o questionamento da aprendizagem em língua inglesa em duas turmas de 7º, 2 turmas de 8ª e 9 turmas de 9º anos. As salas eram superlotadas, os alunos sentavam-se muito próximo do outro e as conversas rolavam soltas, impossibilitando de ocorrer o processo ensino e aprendizagem. Como resultado dessa brincadeirinha de ensinar, entoado pelo ritmo agitado das conversas entre os alunos, tivemos um dado comparativo bem diferente em relação à fala da autora, declarando sua experiência agradável nas escolas de tempo integral com as crianças e no ensino médio como ela se referiu.

No final do ano, muitos desses alunos dessa referida escola ficaram em recuperação final de ano. E isso não agradou muito aos pais destes alunos e nem tampouco à direção da escola. A autora se frustrou em meio à situação por conta dos pais que eram muito agressivos e levaram conversas para a direção, pedindo a saída dela da dita escola. O momento foi de muita turbulência. A direção chegou a dominá-la com seu autoritarismo, criando como culpada da situação não os alunos e sim ela.

Leia em (BRANDÃO, L. Carlos 2009 p. 11), algo referente a este assunto para fins de ilustração;

Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existem povos que submetem edominam outros povos, usando a educação como recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre si incontáveis práticas dos mistérios de aprender; primeiro sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mas adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos.

A autora tratou de facilitar a recuperação para estes alunos passarem de imediato, porque segundo a lei do município, não se pode deixar alunos em recuperação, muito menos os que estudam no 9º ano, pois estes terão que agilizar matrícula na escola da rede estadual de ensino que existe por lá exigindo um número razoável de alunos bem selecionados por notas e com o perfil de aprovado em primeira mão.

Neste caso, não é a formação do profissional que se pode questionar e sim, a administração dos gestores da escola, haja vista, que os professores não tinham apoio para o combate da indisciplina dos alunos em sala de aula. Naquela região, é cultural os alunos conversarem em sala de aula, como também serem agressivos e rebeldes para com os professores. E isso a direção se poupava de intervir a favor dos professores porque se sentiam acuados pelos próprios pais que também eram agressivos. Qualquer tratamento diferente, dado aos filhos, logo de imediato chegavam à escola ameaçando todos de levar ao conhecimento da secretaria da educação a ocorrência.

Podemos nos reportar, aqui, mais uma vez nas questões sobre gerenciamento escolar. É bom que se leia em (BRANDÃO, L. Carlos, 2009. p. 12) algo referente a este aspecto:

A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que e tem de uns e outros: “... e deles faremos homens”. Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz, ou do que inventa que pode fazer: “... eles eram, portanto, totalmente inúteis”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cerne da questão era, portanto, comentar e relatar sobre algumas experiências de sala de aula que marcaram profundamente a autora, na sua prática de ensino de língua estrangeira, nas mencionadas escolas, citadas no corpo deste trabalho. Em cada comentário, a autora pontua um pouco de crítica, levando-se em consideração seus pontos de vistas. Há situações, que de fato, não são muito aceitáveis no âmbito profissional. Não se pode negar que a profissão de professor é uma das mais desinteressantes e desvalorizadas entre tantas outras bem melhores, sem exigência de formação continuada, como é o caso de o próprio trabalhador autônomo, que se arrisca a investir seu capital financeiro, enfrenta uma clientela difícil, mas tem um retorno bem mais remunerável. Uma das vantagens deste tipo de trabalhador é que o mesmo não precisa ser obrigado a cumprir horários de trabalho e nem ser dominado por patrões que o submetem a assumir funções desagradáveis e que não lhe dizem respeito a sua área de atuação.

Aquele que hoje escolhe a educação como campo de trabalho é porque realmente tem paixão e ama transformar as pessoas, embora se sinta chocado com as falhas nela existentes e ameaçadoras. Quando o professor obedece, se arrisca e ousa é porque ele é valente, insistente e tem fé na educação do seu povo e no resultado do seu trabalho. Sabe-se que muitas direções de escola não sabem e nem reconhecem o mérito verdadeiro da competência de um educador, porque elas querem atribuir o sucesso escolar a sua gestão e não ao trabalho daquele que enfrenta uma sala de aula e lida com o alunado. Infelizmente vivemos em uma sociedade egoísta e invejosa. Nossa classe de professores é constituída de pessoas invejosas, as direções são partidárias políticas e só pensam nos seus interesses de ascensão de poder e de cargos.

A autora, fala com emoção o que passou, consegue enxergar as desigualdades no âmbito de ensino da língua inglesa em confronto com certas direções escolares e secretarias de educação. Leva-se em conta a falta, não somente da valorização do profissional, mas também, a falta de compreensão, de apoio e, por que não dizer, de humanidade. Esquecem que o professor tem sua vida particular aflorando medo de perder seu cargo por negligenciar uma ordem vindo de uma secretaria, não dão nem a mínima atenção em querer saber se isso não repercute dentro de seus lares, não se preocupam em querer saber se o professor está frustrado ou envergonhado da profissão que escolheu por amor.

Enfim, dentro de todas as experiências relatadas no corpo deste trabalho, existe uma amálgama: as injustiças sociais. E costumamos culpar o sistema. Reflita sobre o sistema. Ele é feito pelas pessoas, ele é as próprias pessoas em ação. É bom que se reflita, aqui também, o futuro do profissional da educação. Sabemos que o que mais se discute hoje em dia é a sua extinção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALARCÃO, Isabel. Formação Continuada como instrumento de profissionalização docente. In: VEIGA. Ilma Passos. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas – SP: Papirus, 2004.

BRANDÃO, L. Carlos. O que é educação? Mímeo. 2009.

ENGUITA, Mariano Fernández. O Magistério numa sociedade em mudanças. In: VEIGA. Ilma Passos. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas – SP: Papirus, 2004.

SCHÜTZ, Ricardo. Motivação e desmotivação no aprendizado de línguas. English Made in Brazil. Disponível em <www.sk.com.br/sk-motiv.html> Online. Novembro de 2003. Acesso em novembro de 2009.

_______________. Language Acquisition – Language Learning. Assimilação Natural – Estudo formal. English Made in Brazil. Disponível em <www.sk.com.br/sk-laxll.html> Online. 18 de novembro de 2007. Acesso em novembro de 2009.

Esse artigo que aqui se publica, tem como objetivo principal, trazer reflexões para a prática docente em língua inglesa. Sabemos o tanto quanto ensinar inglês nos dias de hoje está ficando meio que no decoreba no ensino do verbo TO BE e isso os alunos não querem mais. Chega de enganarmos a nós mesmos, utilizando esta prática. Vamos agora dar o  ponta pé inical no ensino transformador, garantindo assim, a permanência dos alunos em sala de aula nos cursos livres e motivando aqueles de escolas de ensino regular a aprenderem brincando.

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA. Esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo, realizado no MESTRADO.