Tumulto, quebra-quebra e violência
Manifestação acabou em confronto nos acessos ao terminal, ônibus depredados no entorno, cinco pessoas levadas para a delegacia e pelo menos quatro feridos. Tudo isso ocorreu na manhã de ontem no terminal da Parangaba
Larissa Lima
larissalima@opovo.com.br
17/06/2010 02:00
Atualizada às: 17/06/2010 00:17
As defesas metálicas que costumam guardar as filas ontem serviram de barreira nos acessos ao terminal da Parangaba. “Ninguém entra, ninguém sai”, gritava a multidão que seguia qualquer ônibus que ousasse se aproximar. A circulação de veículos ficou completamente interrompida das 8 às 10 horas. Se não pelas “cercas” na entrada, os coletivos não conseguiam entrar ou sair do terminal depois de engolfados por grupos que espancavam os veículos até motoristas e passageiros descerem. Nas ruas do entorno, formavam-se fileiras de ônibus abandonados. Era o começo do nono dia de greve dos motoristas e cobradores de ônibus em Fortaleza.
Entre os passageiros, o que se contava era que o movimento começara mais cedo, gerado pela insatisfação geral com os ônibus que atrasavam, passavam lotados, queimavam a parada do terminal ou simplesmente não chegavam. “Não é justo uns conseguirem ir para o trabalho e outros não”, justificava a estudante Bruna Vidal, 22. Um pouco antes das 9 horas, as “barreiras” foram retiradas e guardas municipais e policiais do Batalhão de Choque cercaram a entrada do terminal, na rua Eduardo Perdigão, para tentar desobstruir a passagem.
Os manifestantes, no entanto, não obedeceram às ordens de retirada e sentaram em frente à passagem dos ônibus. Depois de uma tentativa de negociação que acabou em discussão, o sub-inspetor Luís Valdecy, da Guarda Municipal, foi agredido. Corre-corre, cassetetes levantados, tiros de balas de borracha e spray de pimenta protagonizaram episódios de tensão. Francisco José Rodrigues, 40, e um adolescente de 15 anos tiveram ferimentos na cabeça. Segundo eles, resultados de agressão com cassetetes pelos guardas municipais.
Quando a ambulância que levou os dois para o Instituto Dr. José Frota (IJF) estacionou numa das plataformas do terminal, pedradas levaram a uma nova onda de correria. Do início do tumulto até os ônibus voltarem a circular pelo terminal, cinco pessoas foram levadas ao 5º Distrito Policial, onde foram autuadas por desacato à autoridade, de acordo com o diretor operacional da Guarda, sub-inspetor Roniely Pinheiro.
Nervosismo
Sentada próximo às lanchonetes do térreo, Maria de Lourdes Bezerra, 63, precisou ser acudida por outros passageiros durante a confusão. “Foi horrível. Sou hipertensa, diabética. Fiquei muito nervosa. Um guarda municipal bateu num rapaz que estava bem pertinho de mim”. A recepcionista Marta de Abreu, 22, apoiou a manifestação como forma de pressionar para o fim da greve e dos problemas com atraso. “Eu e meu marido pagamos R$ 170 de passagem por mês, mas estou ameaçada de perder meu emprego. Tenho família, tenho filhos”, argumentava.
E-MAIS
>Os policiais do Batalhão de Choque, da Polícia Militar, ficaram do lado de fora do terminal e fizeram o reforço com os tiros de borracha. Dentro do terminal, havia guardas municipais regulares e do pelotão de operações especiais.
>O sub-inspetor Roniely e outra guarda municipal também foram feridos com pedradas quando a ambulância do Samu trafegava no
terminal da Parangaba. Depois de passarem pelo Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito, os cinco autuados foram liberados, após registro de Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO), pelo crime ser considerado de menor ofensividade.
>De acordo com o sub-inspetor, algumas pessoas que jogaram pedras foram identificadas com a ajuda da população, por meio de registros com celulares e câmeras. Ele afirma que as imagens das câmeras do
terminal e do CTAFor (Controle de Tráfego em Área de Fortaleza) estão sendo avaliadas para analisar tanto ações de manifestantes como de guardas que tenham agido de forma irregular.
> No entorno do terminal, um ônibus teve os pneus secados no cruzamento da Godofredo Maciel com Eduardo Perdigão.
> Na rua Germano Frank, um ônibus teve o vidro da frente e os laterais quebrados pelos manifestantes. O motorista Jéferson Domingos, 28 anos, queixava-se de estilhaços de vidro no olho.
Entre os passageiros, o que se contava era que o movimento começara mais cedo, gerado pela insatisfação geral com os ônibus que atrasavam, passavam lotados, queimavam a parada do terminal ou simplesmente não chegavam. “Não é justo uns conseguirem ir para o trabalho e outros não”, justificava a estudante Bruna Vidal, 22. Um pouco antes das 9 horas, as “barreiras” foram retiradas e guardas municipais e policiais do Batalhão de Choque cercaram a entrada do terminal, na rua Eduardo Perdigão, para tentar desobstruir a passagem.
Os manifestantes, no entanto, não obedeceram às ordens de retirada e sentaram em frente à passagem dos ônibus. Depois de uma tentativa de negociação que acabou em discussão, o sub-inspetor Luís Valdecy, da Guarda Municipal, foi agredido. Corre-corre, cassetetes levantados, tiros de balas de borracha e spray de pimenta protagonizaram episódios de tensão. Francisco José Rodrigues, 40, e um adolescente de 15 anos tiveram ferimentos na cabeça. Segundo eles, resultados de agressão com cassetetes pelos guardas municipais.
Quando a ambulância que levou os dois para o Instituto Dr. José Frota (IJF) estacionou numa das plataformas do terminal, pedradas levaram a uma nova onda de correria. Do início do tumulto até os ônibus voltarem a circular pelo terminal, cinco pessoas foram levadas ao 5º Distrito Policial, onde foram autuadas por desacato à autoridade, de acordo com o diretor operacional da Guarda, sub-inspetor Roniely Pinheiro.
Nervosismo
Sentada próximo às lanchonetes do térreo, Maria de Lourdes Bezerra, 63, precisou ser acudida por outros passageiros durante a confusão. “Foi horrível. Sou hipertensa, diabética. Fiquei muito nervosa. Um guarda municipal bateu num rapaz que estava bem pertinho de mim”. A recepcionista Marta de Abreu, 22, apoiou a manifestação como forma de pressionar para o fim da greve e dos problemas com atraso. “Eu e meu marido pagamos R$ 170 de passagem por mês, mas estou ameaçada de perder meu emprego. Tenho família, tenho filhos”, argumentava.
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