sexta-feira, 2 de abril de 2010

o jejum na sexta-feira santa

 

santa_ceia

Na minha época de criança e adolecente, eu via as pessoas jejuando. Os tempos mudaram! Não se falam mais em jejum, não se fala mais na leitura santa da bíblia, não se fala mais nos costumes e crenças aludidas a essa data festiva. O que se compreende como um todo, é que com as mudanças, o homem moderno está destituído de alma e de religião.

Comer e beber são práticas humanas que dão prazer. O homem, enquanto ser insaciado, vive buscando os prazeres para amenizar as dores, as angústias e o stress do dia-a-dia da vida moderna.

Para os católicos e para os que tem religião, jejuar é ato de sacrifício e penitência para desprovir o homem dos pecados e da ganância.

Para os jovens de hoje, desinformados e não-leitores, isso é uma prática que não lhe diz respeito a sua vida. São indivíduos altamente independentes dos pais, sem referência de valores e  não-seguidores de regras. São pessoas robotizadas e leitores de propagandas nas TVs, nos vídeo-games, nos computadores e nos celulares. Esqueceram de seguir os costumes de seus avós e pais. Desconhecem o que é santo. Em contrapartida, conhecem o mal e não conseguem distinguí-lo do bem. Erram, mas não sabem e nem se interessam em reconhecer o erro por meio da reflexão interior com Cristo e em Crsito. Talvez até que freqüentem alguma igreja, mas não rezam ou oram com a mesma intensidade de um indivíduo de outra geração.

Lembro que meu pai costumava ler a bíblia na sexta-feira santa e nos ensinava a nos comportar neste dia. Este dia não era um dia comum. Era um dia em que os irmãos não podiam se desunir, não podiam dizer palavrões, pai e mãe não se alteravam com os filhos, todos tinham o cuidado de sentar-se a mesa com respeito e silêncio. Antes, fazia-se a oração de agradecimento a Deus pelo pão oferecido, tomava-se apenas um pouco de café ao acordar e se mantinha abstinente de comida, exceto água, até o sagrado almoço que era posto às 12:oo h em ponto. Este era farto de legumes e folhas verdes e acompanhado de peixe. Não se via iguarias doces neste dia, não se falava em ovos de páscoa, não se falava em excessos de vinhos e outras bebidas.

Lembro ainda, que neste dia, não se devia varrer a casa. Esta era bem varrida em dia anterior. Não se banhava para lavar os cabelos, apenas se fazia um asseio, o chamado tradicional banho de gato.

Enfim, os tempos mudaram para pior e não para melhor. Ah! que saudades tenho desses costumes  que não ficaram entre nós. Hoje em dia, um jovem, ao ouvir falar sobre os costumes antigos, pode até julgá-los como patéticos e bestas. Porém, digo, os tempos antigos e seus costumes nos transformavam em pesoas muito melhores do que somos hoje. Uso a primeira pessoa no plural para referir-me como protagonista desse tempo e que me vejo condicionada a me brutalizar como os jovens para poder não viver fora do tempo deles, partindo da premissa que sou educadora e vivo a época deles.

Carrego uma grande dúvida: como serão os tempos vindouros? Do que vamos lembrar com saudades? Da música do “rebolation”? ´Da música que diz mais ou menos assim “…. vou te comer, vou te comer, vou te comer, vou te comer!”?  As coisas banais são efêmeras. Elas passam por nós e não deixam nada de valor. Já as duradouras permanecem na mente dos que viveram.

Podem passar anos e mais anos por mim e nunca esquecerei minhas raízes, as histórias que me aculturaram. Entristeço-me por saber que meus netos não terão o prazer de viver o encantamento das brincadeiras de rua, como eu tive e delas sinto saudades. Entristeço por saber que meus netos nunca vão tomar banho de açude e subir em árvores, comer frutos dos galhos como eu. Fazer o que? Vamos deixar rolar o que ainda está por vir. A televisão imprimirá mais coisas em suas cabeças. A escola está perdendo referências de ensino a cultura dos nossos ancestrais. A escola está presa à modernidade e coisas do mundo para poder atrair cleientes, senão, elas falecem.

Apenas há um meio de resgatar nossa identidade cultural: celebrar a vida como ela é, implorando a Deus mudanças nas cabeças dos jovens. A sociedade é opressora e esmagadora. Ela é instigada a romper com o passado, mas não é soberana em relação aos poderes de Deus. O mundo é de Deus. Deus é a  representação máxima em nossas vidas. É esencialmente o ser espiritual que devemos seguí-lo e obedecê-lo. Estejam com ele. Ore ou rezer com fé que tudo se põe a seu favor.

Vamos ler mais a bíblia!!!!!

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