sexta-feira, 15 de outubro de 2010

PROFESSOR CONTRATO TEMPORÁRIO

 

 

 

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A EDITORA SARAIVA ME ENVIOU HOJE UM CARTÃO, PRESTANDO HOMENAGENS AO DIA 15 DE OUTUBRO COM O SEGUINTE TÍTULO: 15 DE OUTUBRO – DIA DO CONSUMIDOR CONSCIENTE. A homenagem postada levava esta figura inserida acima mais estes dizeres. Confesso que ao ver a mensagem, fiquei contente, pensando que fosse uma homenagem em prol do dia do professor. Agora, acabei de entender que o nosso dia foi trocado imbecilmente por outro feriado: dia do consumidor consciente. Dá vontade de rir bastante com os micos que a gente paga.

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Veja outro mico que passei hoje dia 14 de outubro, às vésperas do nosso dia. Havia muitos dias que eu havia planejado ir à SEDUC saber como andava o andamento de um mês de salário (primeiro do ano) que eu não havia recebido na conta-corrente bancária. Já havia pedido que o Sr. diretor da escola onde trabalho à noite fosse à Seduc para saber do paradeiro desse tal dinheiro. Este sempre voltava, dizendo que, segundo as pessoas do atendimento, tudo constava direitinho de que o pagamento já havia sido feito. Acontece que eu continuei duvidando deles por não ter conseguido ver nenhum extrato na internet que me levasse a crer que era de fato verdade.

Fui à Seduc hoje, e ao chegar lá na SEFOR, conforme fui indicada para falar com um moço chamado Paulo. Este, de cara, ao checar meu número de matrícula, foi logo dizendo que faltava um pagamento do mês de abril e logo me recomendou que eu falasse com o pessoal do RECURSO HUMANO. Ao chegar no recurso humano, falei com a pessoa indicada por Paulo. Esta, ao checar meu número de matrícula, foi logo dizendo que eu tinha dois números de matrículas. Eu falei que não. Ela repetiu que sim. Então ela deduziu que eu estava parada no primeiro número de matrícula, é como se constasse que eu não trabalhasse pra SEDUC. Depois de tanto escancarar as duas matrículas, foi que ela percebeu que estava prestando serviços para o ESTADO. No final, colocou-me o seguinte texto oral: tudo foi pago a você bem direitinho. Aqui consta que você recebeu seu salário de abril numa folha suplementar. Eu, então, lhe perguntei: por que não há extrato na internet? Ela, então, respondeu-me: pagamento em folha suplementar não é emitido o extrato. Estranho é que não nos participam sobre isso e me fizeram eu passar mico por eu ter perdido meu tempo indo lá. Por que eles não disseram isso para o diretor? Você vai na SEDUC e leva um dia para chegar lá e voltar pra casa.
Imaginem, caros leitores, que MICO não paguei indo num lugar lá no inferno da pedra para ter uma notícia tão sem sentido. Eu que acompanhei minha conta bancária durante o mês de maio, não vi esse dinheiro caindo na conta. Estranho é que conferi e vi no extrato do banco o tal valor que a SEDUC emitiu. Eu achei que fosse pagamento feito de outro bico que tenho na educação. Custava esse povo nos informar à distâcia para evitar de fazermos uma viagem tão longa e tão d esnecessária como esta? É meu (minha)  amigo (a), isso é o que o professor temporário passa no seu dia-a-dia. Imaginem que se isso iria acontecer com o efetivo, jamais.

 

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Analisei o meu tempo de serviço pelo Estado com o rapaz chamado Zaqueu e este esteve me orientando para eu chegar até o INSS e exigir deles todo omeu tempo para averbação no municipio de Horizonte, cidade onde sou concursada com cargo efetivo de professora de língua inglesa. Este me falou que vai ser uma burocracia contar meu tempo de serviço já que tem um período de tempo que nossos salários eram emitidos pelo CREDE e não em folha de pagamento como hoje é feito. Ele informou também que quando a um professor o pagamento é feito incluindo deferenças de atraso de pagamento, o mês anterior, referente a este pagamento, fica para todo efeito caracterizado como se eu não tivesse  sido exercido atividade alguma pro Estado, portanto não é contado como tempo de serviço. Tem toda uma burocracia existente para desfavorecer o miserável do temporário. A mesma pessoa me alertou que meu contrato desse ano se iniciou em abril de 2010 e terminará em março de 2011. O que ocorre é que o ESTADO convoca os concursados em época de transtorno político e corta o tempo do contrato dos temporários, desprezandos eus serviços, nos deixando a mercê de aguardar vagas remanescentes para uma suposta relotação ainda neste ano. Que vergonha e que grande falta de respeito!!! Quando eles precisam de nós, sabem bem nos tratar bem e quando não estão precisando, nos dão um ponta-pé certeiro.

 

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Na SEDUC, por estes tempos, vi mudanças repentinas: antigamente, todas as funcionárias com mais de 50 anos nos tratavam stressadas e com humilhação. Hoje, parece que fizeram cursos de relações humanas, estão nos tratando com gentilezas falsas e perceptíveis. Também, decidiram dar uma sacudida no pessoal mais velho e o substituíram por jovens terceirizados. Juro por Deus, que estou pasmen com tanta mudança, mas o que precisava ter mudado no entanto era a parte informativa, era encurtar a distância da SEDUC em relação ao servidor que mora no Conjunto Ceará como eu, por exemplo.

Só de temporária tenho 12 anos que estou na educação do Estado. Hoje, penso em contar meu tempo para colaborar com minha aposentadoria. Vejam bem, caros leitores, você que é a favor ou contra as mudanças danosas que acontecem nas leis da educação, o que acha de uma pobre miserável como eu indo atrás na SEDUC no dia 14 de outubro de um mês de pagamento que se perdeu na minha memória e na minha conta-corrente bancária. Este mês era referente ao mês de abril desse ano. Por que estou indo nessa data tão distante? Falta de tempo. Quem vive em sala-de-aul não tem tempo nem pra escovar os dentes direito ao sair de casa pro trabalho.

´Já escutei falar de pessoas com contrato temporário igual ao meu, casos que trabalharam até mesmo poucos anos pro Estado, o puseram na justiça, ganharam a causa e hoje estão efetivos no EStado. Será isso verdade? Perguntei ao Zaqueu e este me disse que não é possivel isso, se não todos os contratados temporários teriam que ser efetivados. Fiquei cismando sozinha ao vê-lo me dizendo isso. Será que ele tem a verdade na boca se ele não passa de um empregado que tem apenas 5 ou 6 anos de serviço no local.

 

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Vou mais além da minha humilhação de temporária. Ao ser enviado o novo professor concursado para a escola onde trabalho pela noite, foi dada a mim a incubência de trabalhar mais 15 dias pra frente que era para eu dar suporte pedagógico ao novo professor que estava chegando a casa de ensino. Que tipo de suporte é este? Ensiná-lo a planejar, ensiná-lo a lidar com os alunos, a conhecer a realidade dos alunos que não aprendem nada e não fazem absolutamente nada para se promoverem em termos de qualidade de aprendizagem, ensiná-lo a elaborar, creio que uma instrumento de avaliação. Por fim, vi que a idiota era eu, que ficava trabalhando em sala e ele todo cu doce sentado na sala dos professores coçando o saco. Decisão minha definitiva nos últimos dias de escola: pus duas declarações do TRE lá e pensei: “…quero ver se esse cara num entra em sala de aula?”. Ele estava ganhando até mais que eu pra não fazer nada. Dá vontade de chorar!!!

Na SEDUC, fiz a seguinte pergunta: “Quando é que vamos poder pedir lotação novamente?” A moça do atendimento respondeu: “Agora não, por causa desse fuxico de lotação dos concursados.” Venha em novembro! Isso foi o que ela disse pra nos conformar da humilhação que estamos passando. Cristo! Como seria justo meter o ESTADO na justiça e dar cabo dessa pouca vergonha que fazem com os coitados dos professores temporários.

Na escola onde trabalho, desculpa eu não citar o nome, porque pretendo manter a ética, já estão discrimando os temporários com a mudança nas caixas que são guardados os diários de classe. As pastas dos futuros efetivos são mantidas com um visual que marca sua efetivação e sua duração definitiva na escola, enquanto que as pastas pertencentes aos temporários, são escritas com pincel, cuja tinta se evapora da pasta durante o manuseio da mesma, ou seja, não tem muita validade por ser de um temporário, fácil de apagar porque será substituída por outro professr que será da REDE. Eu fiz a seguinte pergunta à moça da secretaria: “Por que estas pastas estão diferentes? E ela me respondeu que era porque as mais alinhadas eram dos professores da REDE e as outras eram ainda dos temporários. E ela me perguntou? Você é da REDE? E eu, com certo ar de engraçada, bem humorada e crítica, lhe respondi: “Não sou da REDE e nem sou nem mesmo do TUCUM, nem da CAMA, eu num chego nem nos punhos da REDE que dirá, dentro da REDE. E ela achou muita graça e disse: “Valha, eu pensei que tu fosses da REDE!”. Dá vontade de chorar e de rir de nós mesmos. Quanta vontade que tenho de vingar minha própria sorte desse desafeto que o ESTADO ou até mesmo o pessoal da REDE faz com a gente TEMPORÀRIA.

Você, que também é um professor por tempo determinado, junte-se a nós e nos mostre qual é a melhor sugestão para acabar definitivamente com esta discriminação que sofre o temporário e que tipo de luta é possível para nos fazer merecer nossos direitos de trabalhadores que levam pé na bunda de vez em quando. Se você conhece ou conheceu alguém, de verdade, que tenha aberto um processo contra o EStado, se deu certo ou não, nos diga como fazer isso.

Um comentário:

  1. Que vergonha!

    Só em pronunciar a palavra: Contrato Temporário já é um descaso,humilhação, um abutre, um Zé ninguém. O que você falou é pura verdade. Trabalhei cerca de 8 anos,afastei-me para tratamento médico e, até hoje não foi averbado o tempo de serviço. Perdi a Tireóide de tanto falar, hoje encontro-me desempregada sem saúde, sem dinheiro sem crédito e, sem fama. Fazer o que colega? Se professor é taxado de inelectuais pelo Roberto Claudio. Quem chama os professores de intelectuais é o Ciro Ferreira e o Cid. Para ser intelectual precisa de dinheiro; onde está o dinheiro dos professores intelectual? Você sim, podemos chamá-lo assim.O INSS não quer me aposentar, mesmo tendo feito a cirurgia completa da Tireóide, deixei todos os comprovantes do Estado lá no INSS, até hoje eles não averbaram. Vou subir na Torre do Canal oito e, gritar para o mudo me ouvir.Que vergonha uma professora desempregada com meia tonelada de certificados sem valor. O professor não é valorizado, o médico se forma passando sobre o professor e não, passando pelo professor. Tenho UMA SUGESTÃO PARA OS PROFESSORES: VAMOS DESISTIR DA PROFISSÃO? NINGUÉM MAIS CURSA PEDAGOGIA E LETRAS. VAMOS VER COMO FICA. ALIAM-SE AO PARTIDO DOS INTELECTUAIS SEM DINHEIRO. DESABAFO DE QUEM UM DIA VAI SE CALAR. SOCORRO

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