sábado, 21 de maio de 2011

TUTORIA EM DIDÁTICA E METODOLOGIA

UNIAMÉRICAS

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Esse artigo que aqui se publica, tem como objetivo principal, trazer reflexões para a prática docente em língua inglesa. Sabemos o tanto quanto ensinar inglês nos dias de hoje está ficando meio que no decoreba no ensino do verbo TO BE e isso os alunos não querem mais. Chega de enganarmos a nós mesmos, utilizando esta prática. Vamos agora dar o  ponta pé inical no ensino transformador, garantindo assim, a permanência dos alunos em sala de aula nos cursos livres e motivando aqueles de escolas de ensino regular a aprenderem brincando.

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA. Esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo, realizado no MESTRADO.

EXPERIÊNCIA DE SALA DE AULA PARA DISCUSSÃO

CURSO DE MESTRADO (STRICTO SENSU)

CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: TUTORIA EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DE ENSINO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DOCENTE: PROF. DRA. FRANCISCA ILNAR DE SOUZA

ALUNO (A) : FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA

Turma: 2

Maio- 2010

1. APRESENTAÇÃO

O referido artigo trata do assunto referente às experiências marcantes no ensino de língua inglesa na educação básica. As experiências são relatadas a partir de episódios /ou acontecimentos ocorridos durante a prática de ensino nas escolas onde a autora tem exercido sua prática entre os anos de 2009 e o ano em curso.

O objetivo desse artigo é, em primeira mão, fazer o leitor refletir suas práticas pedagógicas e em segunda mão, torna-lo informado a respeito das questões pedagógicas atreladas à problemática do ensino da língua inglesa x aquisição da língua.

O trabalho tem vários matizes, ora a autora faz críticas à formação de certos profissionais da educação, ora ela faz relatos fabulosos, dos quais, sente orgulho e satisfação.

Lá para o final, ela confronta os vários tipos de escolas e os tipos de clientes que a escola recebe, bem como, ela aponta seu ponto de vista em relação à dinâmica de gerenciamento escolar.

Ela encerra seu trabalho com uma reflexão que desperta em nós, professores, a consciência de sabermos nos apropriar de uma sala de aula, tendo em vista todas as especificidades pertinentes ao saber fazer pedagógico com base nos pilares da educação para os jovens brasileiros.

  1. EXPERIÊNCIA MARCANTE EM SALA DE AULA

2.1 ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL

No município de Horizonte, implantaram o sistema de Escola em tempo integral. Nestas escolas, existe toda uma rotina de atividades para serem executadas todos os dias com as crianças que vão desde o acolhimento, alimentação, banhos, descanso, jogos a estudos dos conhecimentos em todas as áreas. A professora gestora é aquela que permanece por maior tempo com elas, cuidando e preparando as atividades em tempo rápido. Vez por outra, quando por motivo da falta de uma delas, chegam até a escola, professoras de rodízio, ou professoras substitutas.

O ensino de língua inglesa, nestas escolas, é considerado um projeto novo. A professora ensina as séries: educação infantil, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Planeja-se para todas as séries semanalmente e este plano é acompanhado pelas diretoras.

A autora desse artigo é professora de inglês em 4 escolas integrais, distribuídas em 4 diferentes distritos deste município. A princípio ela trabalhava apenas com o ensino fundamental II e nunca teve experiência de ensino em ensino fundamental I e nem tampouco tem formação pedagógica para o ensino em língua inglesa infantil. Parece difícil entender o que se passa com a autora. È uma experiência, que segundo sua fala, ultrapassa as discussões e polêmicas da educação. A educação de hoje retrata males incuráveis, projetados nas grandes falhas que a constituem forjando-a, ludibriando-a, dando-lhe dados estatísticos por excelência. Sobre este assunto é bom que se leia em (ENGUITA, Mariano Fernández, 2004. p.21):

Criaram-se muito mais escolas à sombra dos muros das fábricas que à sombra dos pensadores pedagógicos que costumam encher páginas de textos de história da educação, confundindo-a com a do pensamento culto em torno dela.A questio é se, hoje em dia, quando o mundo da empresa parece evoluir, ao menos parcialmente, para formas de organização baseadas mais na iniciativa e na co-responsabilidade do trabalhador, e quando as mudanças no mercado de trabalho mostram a precariedade no emprego, a necessidade de constante atualização ou reconversão profissional etc, a escola não estará demasiadamente apegada ainda a seu papel de instituição socializadora de futuros assalariados.

Foi-lhe imposto que deveria fazer este trabalho e assim sendo, ela se obrigou a fazê-lo por ordem da secretaria da educação do município. No início, ela tentou resistir a receber tal proposta, mas não teve outro jeito, senão acatar com a ordem.

Consta que, no início, a mesma sentiu-se estranha e alheia ao novo sistema de ensino. Ela apenas tinha que saber como preparar atividades que fossem bem atrativas para os alunos. Não era permitido trabalhar nada em lousa, pois alguns deles não conseguem tirar nada da lousa, como é o caso da educação infantil e até os meninos de 1ª a 2ª séries. Eles ainda não aprenderam as letras do alfabeto e desconhecem as palavras. Tem-se que fazer um trabalho bem prolongado e eles aprendem processualmente. Tudo é significativo para eles: uma palavra, uma figura, uma imagem qualquer e uma bela roda de conversa sobre determinado assunto referente ao projeto seguido no plano de aula.

A autora teve que se virar sozinha para atender as expectativas de aprendizagem destes alunos. Tratou de conseguir, de imediato, livros para o ensino infantil e pesquisou as várias maneiras e métodos de como passar o inglês para eles. Sua melhor aula foi na sala de educação infantil quando ela na 1ª aula do ano (2010) inseriu o conteúdo dos cumprimentos em inglês, iniciando pelo mais fácil “HELLO”. Então ela ensinou as crianças a dizer HELLO para as outras. Isso foi fácil demais e elas adoraram. Soube-se até que uma das crianças mais inteligentes chegou a casa e cumprimentou seu pai com “Hello, papai!” e este lhe respondeu com “Você se relou onde meu filho?”, de imediato, o filho responde “Papai, é o inglês.”

Passada esta semana, a professora retorna a mesma escola do garoto e é informada pelos funcionários e grupo gestor sobre o ocorrido, lembrando que no local, sendo distrito, as conversas voam longe. Para a professora, isso lhe serviu para lhe estimular a trabalhar com estas crianças e a se orgulhar demais delas e de seu trabalho. Foi percebido então, pela professora, o que antes ela já sabia, as crianças aprendem língua estrangeira mais rápido que o adolescente adulto. O que se pode concluir é que a experiência está sendo bem-vinda, pois depois desta aula, outras aulas já se passaram, conteúdos novos foram aplicados e o “feed back” das crianças sempre é bastante apreciado pela professora. Para sua satisfação, ela relata sua experiência para que o leitor a tome como exemplo de que a perseverança é alcançada quando se tenta. Não devemos fugir do novo, ao contrário, o novo pode até nos assustar, mas sempre será um desafio e uma proeza em nossas vidas profissionais. E falando em profissionais, não se pode deixar de lado que precisamos trabalhar para acompanhar as mudanças no mundo, vivemos do nosso trabalho e não temos escolha, é pegar ou largar.

Leia em (ENGUITA Mariano Fernández, 2004 p.22), algo a respeito das mudanças no mundo e para o mundo;

Mas a aceleração e a intensificação da mudança social fizeram detonar, em algum momento, uma nova situação: desataram uma mudança na mudança. Não importa aqui qual seja esse momento, que, naturalmente, varia de uma sociedade para outra e, dentro de cada uma, de um grupo social para outro. A partir de certo momento, em todo o caso, a mudança já alcança um ritmo de gerações: as crianças crescem e se convertem em adultos num mundo diferente do de seus pais, no qual não podem ser introduzidas com facilidade por eles, e muito menos por seus avós. Essa aceleração da mudança, diferença longitudinal, manifesta-se também como desigualdade na mudança, diferença transversal. Uns grupos mudam mais rapidamente e/ou antes que outros: a classe média antes que a classe operária, a cidade antes que o campo etc.Provavelmente, seja esta a época áurea do magistério, a época por meio da qual o mestre de escola – e, em outro âmbito, o professor de instituto – representa para e diante de seu público, a abertura para o mundo, a cultura em singular e com maiúscula, a ilustração, o progresso: oferece o que sua família e sua comunidade imediata não lhe podem dar.

Em uma outra escola de tempo integral, podemos relatar uma outra experiência bem marcante como resultado do trabalho da professora com a língua inglesa. Essa escola é conhecida no município como escola - modelo, portanto referência para as demais que estão começando este ano. Nela, os alunos são mais adaptados à rotina das atividades, bem como, têm mais facilidade de concentração por já serem condicionados a prestarem atenção nas aulas. Consta que quando a professora trabalhou as cores em inglês na turma de 1ª série, um garoto ou dois se interessaram tanto pelo assunto que aprenderam rapidamente as cores. Nesta mesma turma, a professora ensinou, também, a dizer “Good morning!’. Então, certo dia, a televisão, canal 30 foi fazer uma entrevista na escola para colher informações sobre o andamento dela. Neste momento (pela manhã), a diretora acolhe a reportagem, junta as crianças numa palhoça e de repente começam com o discurso. O repórter começa fazendo elogio ao tipo de escola que vê. A diretora aproveita para noticiá-lo da implantação da língua inglesa na escola. Ao ouvir isso, o repórter faz a seguinte pergunta: “Quem aqui sabe dizer bom dia em inglês?”. Então, um aluno do 1° ano, chamado Miquéias, diz “Eu.” “Eu sei dizer “!Good morning” e sei também que “blue” é azul, que “orange” é larange, que “green” é verde e que “red” é vermelho.” Nesse momento, de imediato, um outro continua: “sei também que “yelloy” é amarelo.”Não deu outra. Na semana seguinte, todos vieram dizer para a professora o ocorrido. Tem mais, esses garotos foram filmados. Isso deixou a professora mais uma vez orgulhosa e desencadeou nela, mais estímulo para seguir sua trajetória de ensino nestas escolas. Esta é a prova de que para a criança aprender inglês, não necessariamente necessita que ela tenha que ser alfabetizada em período anterior, pois a socialização da língua já se basta por si só, devido a sua maior amplidão comunicativa. Krashen à luz de sua sabedoria explica bem sobre isso...

Language acquisition é mais eficaz do que language learning para se alcançar habilidade funcional na língua estrangeira, e que o ensino de línguas eficiente não é aquele atrelado a um pacote didático predeterminado nem aquele que utiliza recursos tecnológicos, mas sim aquele que é individualizado, em ambiente bicultural, que explora as habilidades pessoais do facilitador em criar situação de comunicação real voltadas às áreas de interesse do aluno. (KRASHEN, 1987)

O que causou mais estranheza ainda para a professora é que certo dia em uma terceira das 4 escolas, durante o lanche da manhã das crianças, ela presencia as crianças da educação infantil, batendo na mesa, entoando uma canção cuja letra era apenas e tão- somente assim “morning... morning... morning...., morning... morning... morning...,”. Isso a fez refletir o ensino da língua inglesa para o público infantil. Vamos, aqui, então nos reportar para as teorias de ensino de língua inglesa no pré-escolar.

. De acordo com Schütz (2008), “crianças assimilam línguas com mais facilidade, porém tem grande resistência ao aprendizado formal, artificial e dirigido.” Para explicar esse tipo de comportamento linguístico das crianças na mesa do lanche, temos que citar mais uma vez Schütz (2009) e o seu conceito sobre língua. Para ele língua “é também o principal instrumento de desenvolvimento cognitivo do ser humano.” Afinal, esta é usada como meio de expressão, representando a comunicação oral e escrita; para analisar, interpretar e aplicar recursos de linguagem, através de investigação, compreensão e contextualização sócio-cultural.

2.2 ESCOLA DE ENSINO MÉDIO NO PERÍODO NOTURNO

O que muda entre o ensino infantil e o médio? Aqui, a autora relata uma segunda experiência no ensino de língua inglesa. Trata-se de um assunto bastante polêmico. Sua experiência anterior com ensino médio havia sido em uma escola do seu bairro. Não encontrando vaga para se lotar, teve que ser lotado em outro bairro, distante do seu. Começou então sua primeira semana de aula. Ao se apresentar para os alunos e estes para ela, já deu logo para perceber que a clientela era bem diferente em relação a da outra escola. Os alunos são mais humildes e mais respeitosos. São mais amáveis, mais disciplinados e concentra maior atenção nas aulas, bem como, demonstram maior interesse nas aulas que os clientes da escola anterior.

Ocorre que em menos de um mês de aula, tanto os alunos do 1º, do 2º e do 3º anos passam pelos corredores da escola falando em inglês com a professora. Enquanto que, na outra escola, não se via cenas como esta. Nota-se nesta escola, que é observável o comportamento de certos alunos que queiram ser indisciplinados. Tudo perpassa por uma direção cautelosa e que faz um belo trabalho administrativo e pedagógico. Não se vê os alunos com insultos, com enxerimentos com os professores. Tudo é vivido com respeito e ordem.

É notório, que às vezes o trabalho de um profissional de línguas é sucumbido pelo simples fato de não se ter uma boa administração escolar. Nesta hora, a culpa da falta de aprendizagem do aluno recai sobre o professor. Pois bem, este relato nos serve para mostrar o quanto nós vivemos de mudanças e o quanto foi capaz de mudar a forma de ensino entre duas escolas do mesmo porte, portanto resguarda a diferença apenas na administração dos gestores.

Para aproveitar o ensejo do referido assunto, faremos aqui, uma ponte de ligação com o ensino infantil nas escolas de tempo integral. O que há então de diferente entre o ensino de línguas na comunidade escolar das crianças que estudam inglês nas escolas de tempo integral e estes dessa referida escola de ensino médio? Como resposta, percebe-se que ambos parecem ter algo em comum: a concentração e o interesse para aprender línguas estrangeiras. Parece que em ambas as escolas a clientela não tinha visto inglês em anos anteriores de estudo.

Foi escutado pela professora, autora desse artigo, o depoimento de um dos alunos de uma turma de 1º ano que este aluno havia estudado na série anterior com um professor que não tinha metodologia adequada para trabalhar com a língua inglesa. Esse aluno ressaltou que o referido professor, não sabia inglês, pois o mesmo, a cada palavra lida em texto, recorria ao dicionário em busca de conhecê-la para poder passar, com segurança, para o aluno, seu significado. Então este aluno disse para a autora que a partir dali, tinha certeza que agora ia aprender inglês com ela. Aqui, cabe-nos reportar para o assunto da formação continuada desse profissional da educação.

Em (ALARCÃO Isabel, 2004 p.106), a autora bem cita sua preocupação com a formação continuada do professor no âmbito educativo, fazendo jus aos interesses de ambas as classes: os discentes e docentes. È bom que se reflita o que se lê abaixo:

... a formação continuada de professores deve visar ao desenvolvimento das potencialidades profissionais de cada um, a que não é alheio o desenvolvimento de si próprio como pessoa.Ocorrendo na continuidade da formação inicial, deve desenrolar-se em estreita ligação com o desempenho da prática educativa.

2.3 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL II

Arrematando nosso texto, podemos nos contrapor e nos questionar sobre o ensino de línguas em escolas de ensino fundamental II, período manhã e tarde no mesmo município de Horizonte em 2009. Comparando com os relatos acima, este assunto nos traz à tona os contrários, os opostos. Trata-se de uma escola considerada porte grande por matricular por ano seguido mais de mil alunos e por ser sediada no centro do município. A autora levanta o questionamento da aprendizagem em língua inglesa em duas turmas de 7º, 2 turmas de 8ª e 9 turmas de 9º anos. As salas eram superlotadas, os alunos sentavam-se muito próximo do outro e as conversas rolavam soltas, impossibilitando de ocorrer o processo ensino e aprendizagem. Como resultado dessa brincadeirinha de ensinar, entoado pelo ritmo agitado das conversas entre os alunos, tivemos um dado comparativo bem diferente em relação à fala da autora, declarando sua experiência agradável nas escolas de tempo integral com as crianças e no ensino médio como ela se referiu.

No final do ano, muitos desses alunos dessa referida escola ficaram em recuperação final de ano. E isso não agradou muito aos pais destes alunos e nem tampouco à direção da escola. A autora se frustrou em meio à situação por conta dos pais que eram muito agressivos e levaram conversas para a direção, pedindo a saída dela da dita escola. O momento foi de muita turbulência. A direção chegou a dominá-la com seu autoritarismo, criando como culpada da situação não os alunos e sim ela.

Leia em (BRANDÃO, L. Carlos 2009 p. 11), algo referente a este assunto para fins de ilustração;

Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existem povos que submetem edominam outros povos, usando a educação como recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre si incontáveis práticas dos mistérios de aprender; primeiro sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mas adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos.

A autora tratou de facilitar a recuperação para estes alunos passarem de imediato, porque segundo a lei do município, não se pode deixar alunos em recuperação, muito menos os que estudam no 9º ano, pois estes terão que agilizar matrícula na escola da rede estadual de ensino que existe por lá exigindo um número razoável de alunos bem selecionados por notas e com o perfil de aprovado em primeira mão.

Neste caso, não é a formação do profissional que se pode questionar e sim, a administração dos gestores da escola, haja vista, que os professores não tinham apoio para o combate da indisciplina dos alunos em sala de aula. Naquela região, é cultural os alunos conversarem em sala de aula, como também serem agressivos e rebeldes para com os professores. E isso a direção se poupava de intervir a favor dos professores porque se sentiam acuados pelos próprios pais que também eram agressivos. Qualquer tratamento diferente, dado aos filhos, logo de imediato chegavam à escola ameaçando todos de levar ao conhecimento da secretaria da educação a ocorrência.

Podemos nos reportar, aqui, mais uma vez nas questões sobre gerenciamento escolar. É bom que se leia em (BRANDÃO, L. Carlos, 2009. p. 12) algo referente a este aspecto:

A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que e tem de uns e outros: “... e deles faremos homens”. Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz, ou do que inventa que pode fazer: “... eles eram, portanto, totalmente inúteis”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cerne da questão era, portanto, comentar e relatar sobre algumas experiências de sala de aula que marcaram profundamente a autora, na sua prática de ensino de língua estrangeira, nas mencionadas escolas, citadas no corpo deste trabalho. Em cada comentário, a autora pontua um pouco de crítica, levando-se em consideração seus pontos de vistas. Há situações, que de fato, não são muito aceitáveis no âmbito profissional. Não se pode negar que a profissão de professor é uma das mais desinteressantes e desvalorizadas entre tantas outras bem melhores, sem exigência de formação continuada, como é o caso de o próprio trabalhador autônomo, que se arrisca a investir seu capital financeiro, enfrenta uma clientela difícil, mas tem um retorno bem mais remunerável. Uma das vantagens deste tipo de trabalhador é que o mesmo não precisa ser obrigado a cumprir horários de trabalho e nem ser dominado por patrões que o submetem a assumir funções desagradáveis e que não lhe dizem respeito a sua área de atuação.

Aquele que hoje escolhe a educação como campo de trabalho é porque realmente tem paixão e ama transformar as pessoas, embora se sinta chocado com as falhas nela existentes e ameaçadoras. Quando o professor obedece, se arrisca e ousa é porque ele é valente, insistente e tem fé na educação do seu povo e no resultado do seu trabalho. Sabe-se que muitas direções de escola não sabem e nem reconhecem o mérito verdadeiro da competência de um educador, porque elas querem atribuir o sucesso escolar a sua gestão e não ao trabalho daquele que enfrenta uma sala de aula e lida com o alunado. Infelizmente vivemos em uma sociedade egoísta e invejosa. Nossa classe de professores é constituída de pessoas invejosas, as direções são partidárias políticas e só pensam nos seus interesses de ascensão de poder e de cargos.

A autora, fala com emoção o que passou, consegue enxergar as desigualdades no âmbito de ensino da língua inglesa em confronto com certas direções escolares e secretarias de educação. Leva-se em conta a falta, não somente da valorização do profissional, mas também, a falta de compreensão, de apoio e, por que não dizer, de humanidade. Esquecem que o professor tem sua vida particular aflorando medo de perder seu cargo por negligenciar uma ordem vindo de uma secretaria, não dão nem a mínima atenção em querer saber se isso não repercute dentro de seus lares, não se preocupam em querer saber se o professor está frustrado ou envergonhado da profissão que escolheu por amor.

Enfim, dentro de todas as experiências relatadas no corpo deste trabalho, existe uma amálgama: as injustiças sociais. E costumamos culpar o sistema. Reflita sobre o sistema. Ele é feito pelas pessoas, ele é as próprias pessoas em ação. É bom que se reflita, aqui também, o futuro do profissional da educação. Sabemos que o que mais se discute hoje em dia é a sua extinção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALARCÃO, Isabel. Formação Continuada como instrumento de profissionalização docente. In: VEIGA. Ilma Passos. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas – SP: Papirus, 2004.

BRANDÃO, L. Carlos. O que é educação? Mímeo. 2009.

ENGUITA, Mariano Fernández. O Magistério numa sociedade em mudanças. In: VEIGA. Ilma Passos. Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas – SP: Papirus, 2004.

SCHÜTZ, Ricardo. Motivação e desmotivação no aprendizado de línguas. English Made in Brazil. Disponível em <www.sk.com.br/sk-motiv.html> Online. Novembro de 2003. Acesso em novembro de 2009.

_______________. Language Acquisition – Language Learning. Assimilação Natural – Estudo formal. English Made in Brazil. Disponível em <www.sk.com.br/sk-laxll.html> Online. 18 de novembro de 2007. Acesso em novembro de 2009.

Esse artigo que aqui se publica, tem como objetivo principal, trazer reflexões para a prática docente em língua inglesa. Sabemos o tanto quanto ensinar inglês nos dias de hoje está ficando meio que no decoreba no ensino do verbo TO BE e isso os alunos não querem mais. Chega de enganarmos a nós mesmos, utilizando esta prática. Vamos agora dar o  ponta pé inical no ensino transformador, garantindo assim, a permanência dos alunos em sala de aula nos cursos livres e motivando aqueles de escolas de ensino regular a aprenderem brincando.

A autora desse artigo sou eu FLORÊNCIA CARNEIRO BATISTA. Esse artigo é parte integrante de um módulo de estudo, realizado no MESTRADO.

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